“Cozinha com Alma” é o nome de um projecto inovador da Associação Cozinha Solidária e Refeições com Alma, uma instituição sem fins lucrativos que pretende dar resposta a diversas famílias carenciadas inscritas na Bolsa Social de Cascais. O novo espaço/loja foi inaugurado no passado dia 19 de Outubro, no Bairro da Pampilheira, em Cascais, e está aberto a qualquer cidadão. “Cozinha com Alma” fornece menus preparados pela mão do 'chef' Nuno Simões e conta com receitas originais dos 'chefs' Chakal, Luís Baena ou Filipa Vacondeus.
Os lucros apurados, a partir da venda destas refeições, reverterão a favor de famílias carenciadas sinalizadas pela Comissão Social da Freguesia de Cascais. A estas famílias serão fornecidas refeições a custo simbólico, variável de acordo com o escalão de rendimentos declarados e a apreciação final da comissão.
Cristina de Botton, responsável pela Cozinha com Alma (CCA), juntamente com Joana Castella, explicou como surgiu a ideia deste projecto: “Em finais de 2010, acentuou-se a pobreza escondida” e “esta é uma realidade cada vez mais perto de nós”, sendo assim, adiantou, “decidimos que queríamos agir sobre esta fome envergonhada" que “é uma realidade alarmante”, frisou.
Além de possibilitar refeições a custos mais reduzidos para famílias com dificuldades, os clientes que compram a preços normais ajudam as famílias que mais necessitam.
Actualmente, existem 50 famílias a beneficiar, diariamente, destas bolsas sociais. “O nosso objectivo é brevemente atingir as 100 bolsas diárias”, disse Joana Castella, que explicou o conceito CCA: “Estamos a falar de um ‘take away’ solidário aberto ao público em geral onde todo o lucro social é aplicado numa bolsa social”. A responsável esclareceu que “existem três escalões consoante o rendimento da família. Os preços de uma refeição completa variam entre 0,50 a 1,50 euros”, para as famílias com necessidades já sinalizadas. Para o público em geral, as refeições variam entre os 4 e os 8 euros. “Temos um menu com alma, onde a sopa custa 1 euro e o prato 3 euros”. As bolsas sociais têm a duração de seis meses. “O objectivo é que seja um balão de oxigénio e não um subsídio, uma dependência”, salientou Joana Castella.
As famílias da bolsa têm um cartão de cliente recarregável igual ao do público. “Queremos estender a CCA para outras freguesias”, disse Joana Castella. Como próximos passos, apresentou o programa ‘Padrinhos 2012’ a arrancar ainda este mês. “Este programa vai possibilitar a empresas e particulares oferecerem directamente bolsas sociais às famílias que temos em lista de espera. Em meados de 2013, pretendemos começar a preparar o ‘franchising’ social para levar a CCA para vários pontos do país”.