Cascais quer receber cruzeiros de médio e pequeno porte

O município de Cascais está interessado em receber cruzeiros de médio e pequeno porte, que já não interessam a Lisboa devido à grande taxa de ocupação do porto da capital, afirmou o presidente da autarquia, Carlos Carreiras.
 
Carlos Carreiras (PSD/CDS-PP) foi um dos 18 presidentes de câmara da Área Metropolitana de Lisboa (AML) que ouviu a presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), Marina Ferreira, apresentar a Estratégia de Desenvolvimento do Porto de Lisboa, que passa pela construção de um terminal de contentores no Barreiro.
 
Na sua intervenção, Carlos Carreiras lamentou que Cascais não esteja na área de intervenção da APL, que tem jurisdição apenas até Oeiras, e salientou que o município também “gostaria de estar envolvido” neste projeto.
 
O autarca considerou que a AML está “a perder alguma capacidade de atrair algum tipo de cruzeiros que não aqueles que chegam a Lisboa”, os de grande porte, e mostrou o interesse de Cascais em receber cruzeiros de médio e pequeno porte, “que na Europa têm bastante expressão”.
 
“Lisboa não tem interesse, porque já tem uma taxa grande de ocupação em relação a cruzeiros grandes, e nós estaremos interessados”, sublinhou.
 
“Não era indiferente para nós, antes pelo contrário, porque temos capacidade de os acolher em Cascais. Portanto, dentro dessa distribuição de cargas - não só de contentores, mas também de capacidade instalada para receber navios de cruzeiro -, temos de facto todo o interesse”, acrescentou.
 
O autarca defendeu que os estudos que se vão fazer à volta do Porto de Lisboa deveriam ir mais além.
 
“Estes estudos de engenharia, de impacto ambiental, de impacto económico e outros devem ser alargados do ponto de vista territorial além daquilo que é a própria intervenção direta do Porto de Lisboa, que, neste caso, não chega a Cascais, mas que não deixa de ter impactos fortes no nosso município e gostaríamos de estar envolvidos também”, considerou.
 
Pelo seu lado, a administradora da APL sublinhou que o porto de Cascais está na dependência da Marinha e não da APL, o que “dificulta a ação”.
 
Num balanço divulgado a 10 de fevereiro, a Câmara de Cascais informou que, no ano passado, foram contabilizadas 1,2 milhões de dormidas em hotéis do concelho, descrevendo 2014 como o "melhor ano de sempre" no turismo.
 
Em comunicado, a autarquia refere ainda que a atividade turística de 2014 se resume a "mais turistas, mais quartos ocupados, mais dormidas, mais impacto do turismo na economia local e mais emprego".