O vasto espólio do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) está a ser transferido para a biblioteca municipal da Amadora e o equipamento cultural criado em 2000 vai funcionar integrado na Bedeteca.
“A biblioteca foi construída com pisos dedicados à banda desenhada e pensada numa estrutura que permitisse com toda a segurança guardar todo o espólio da câmara”, explicou, em declarações à agência Lusa, a presidente da autarquia, Carla Tavares (PS).
A coleção de cerca de 10.000 documentos, pranchas e ilustrações do CNBDI, equipamento cultural criado em 2000, está a ser depositada na Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, na Venteira, que desde 2014 conta com uma Bedeteca, com mais de 40.000 publicações e áreas de exposições dedicadas à BD.
“O que está em fase de conclusão é, no fundo, a transferência do espólio todo para a biblioteca, uma vez que naturalmente tem melhores condições e maior capacidade para guardar todo o espólio”, esclareceu a autarca, acrescentando que todo o material ficará associado à Bedeteca.
A presidente da autarquia promoveu uma visita à Bedeteca com “um conjunto de autores” no sentido de os sensibilizar para as vantagens da transferência do acervo do CNBDI para a biblioteca, que abriu portas em 2009.
“O outro espaço ficará à partida sempre ligado à BD, não como guarda de espólio, mas tentaremos que mantenha algumas valências, até porque o objetivo aqui não é descapitalizar a banda desenhada, pelo contrário”, frisou Carla Tavares.
A autarca adiantou que as instalações do CNBDI na Falagueira, uma loja e uma cave, podem continuar “ligadas à banda desenhada, para a realização de alguns ateliês”, mas a questão ainda está em avaliação.
A Bedeteca, inaugurada em novembro de 2014, deverá receber em breve, para além das mais de 40.000 publicações, uma “Fanzineteca”, espaço dedicado a publicações alternativas, maioritariamente doadas por Geraldes Lino.
O CNBDI guarda uma valiosa coleção de banda desenhada nacional, composta por estudos, pranchas e ilustrações originais de autores como Alain Corbel, Artur Correia, Augusto Trigo, Eduardo Teixeira Coelho, João Fazenda, José Carlos Fernandes, José Garcês, José Pires, José Ruy, Rui Pimentel e Victor Péon.
No fundo impresso de BD, constituído com base em ofertas de editores e doações particulares, “destacam-se as obras de referência e os periódicos que remontam ao primeiro quartel do século XX”, informa a autarquia.
O acervo do CNBDI ficará integrado na Bedeteca, mas a autarquia está a avaliar se, como sugeriu o desenhador José Ruy, o espaço e a coleção serão rebatizados como Casa da Banda Desenhada e Imagem (CBDI).
“É uma decisão que ainda não foi tomada”, admitiu uma fonte oficial da autarquia, em relação à eventual mudança de nome do equipamento e à extinção do CNBDI.