A CDU de Sintra entregou na sexta-feira, no Espaço do Cidadão, um documento com mais de cinco mil assinaturas contra a instalação de parquímetros nas principais freguesias urbanas do município.
“Não há razões do ponto de vista económico e social para a colocação de parquímetros nas freguesias do concelho”, afirmou à agência Lusa o vereador da CDU na autarquia de Sintra, Pedro Ventura.
A coordenadora concelhia de Sintra da CDU considerou, em comunicado, que a adesão da população ao abaixo-assinado promovido por esta força partidária demonstra que a proposta de Regulamento de Trânsito e Estacionamento em discussão pública, “a concretizar-se, poderá alterar a situação da mobilidade no concelho, penalizando de forma gravosa a população das zonas abrangidas”.
A CDU lamenta que a câmara, “num momento de enormes dificuldades económicas e sociais que atingem a generalidade da população de Sintra, e particularmente o comércio tradicional” tente adoptar medidas que agravam a situação.
“Do ponto de vista técnico, todos os estudos referem que nos centros urbanos até 50 mil habitantes todos os projectos deste tipo deram maus resultados, principalmente devido à falta de uma rede de transportes públicos para servir as populações”, avisou Pedro Ventura.
O autarca acrescentou que “há freguesias que têm excesso de lugares de estacionamento”, nomeadamente em Rio de Mouro, questionando por isso a alegada necessidade de instalação de parquímetros para promover a rotação do parqueamento. Para Pedro Ventura, mais do que tarifar o estacionamento, o município precisa de apostar numa verdadeira política de mobilidade, permitindo aos utentes dos transportes públicos a utilização gratuita dos parques junto às estações ferroviárias da Linha de Sintra.
A recolha de assinaturas decorreu no centro histórico de Sintra e nas freguesias de Algueirão-Mem Martins e de Rio de Mouro e nas cidades de Agualva-Cacém e de Queluz.
Em resposta a esta iniciativa da CDU, o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), salientou que o projecto de Regulamento de Trânsito e Estacionamento está em consulta pública e que o abaixo-assinado será mais um contributo para a discussão sobre o melhor caminho.
“Os parquímetros não têm por fim criar receitas para a câmara. Os parquímetros são um instrumento para uma boa política de mobilidade e de confortos dos cidadãos, quer dos residentes, quer dos que têm actividades económicas”, garantiu o presidente da autarquia, assegurando que o regulamento levará em conta “o equilíbrio dos vários direitos” em presença.
Basílio Horta assegurou que tudo será feito em articulação com as juntas de freguesia, mas nos casos de oposição à instalação de parquímetros devem explicar aos comerciantes por que motivo não permitem que se facilite o acesso aos estabelecimentos, quando “os residentes têm lugar para três carros sem pagarem um tostão”.
“A luta pela defesa do espaço público e pelo não aos parquímetros irá continuar”, prometeu a coordenadora concelhia da CDU.