Coimbra critica apoio do Governo a Cascais Capital Europeia da Juventude 2018

A secretaria de Estado informou hoje que apoia a candidatura de Cascais a Capital Europeia da Juventude de 2018, decisão que é criticada pela Câmara de Coimbra e pelo PS.
 
Na quarta-feira, o deputado do PS Rui Duarte, eleito no círculo de Coimbra, questionou o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, por apoiar a candidatura de Cascais a Capital Europeia da Juventude 2018, título a que também concorrem Coimbra e Angra do Heroísmo.
 
Rui Duarte colocou em causa o secretário de Estado Emídio Guerreiro, que foi presidente da Associação Académica de Coimbra, por apoiar a candidatura de Cascais, em detrimento da de Coimbra, perguntando quais os critérios para essa manifestação de apoio e qual "a razão da discriminação" de que é alvo o tecido associativo jovem de Coimbra.
 
"Quais as razões que sustentam a opção política de recusar apoiar a candidatura da cidade de Coimbra", questionou o deputado socialista, querendo saber se o secretário de Estado considera que Coimbra "não tem capacidade política, mérito social ou experiência associativa" para ambicionar esse título.
 
Em resposta, a secretaria de Estado confirmou hoje, em comunicado, que apoia a candidatura de Cascais, sublinhando que o município já se tinha candidatado em 2014, tendo recebido na altura o apoio institucional, sendo que em janeiro, aquando da solicitação de apoio para a nova candidatura, ainda não havia conhecimento de mais nenhuma candidatura.
 
No ofício, o Governo "considerou Cascais como um exemplo nacional de políticas da juventude", referiu, acrescentando que a cinco dias úteis do fim do prazo de apresentação de candidaturas (28 de fevereiro) a Câmara de Coimbra "deu conhecimento de que também se iria candidatar", solicitando o apoio da secretaria de Estado.
 
A autarquia foi informada de que o apoio à candidatura de Cascais partia do pressuposto que esta seria "a candidatura" de Portugal, sublinhou a secretaria, afirmando que uma nova candidatura daria "uma imagem pouco condizente com a necessária dignidade das instituições".
 
Segundo a secretaria de Estado do Desporto e Juventude, "não houve qualquer tratamento preferencial a Cascais", apenas uma tomada de posição "coerente com o que já havia sido feito no passado", apontando para o exemplo do apoio da realização dos Jogos Universitários Europeus 2018 em Coimbra, em que também rejeitou a candidatura de Braga, por Coimbra se candidatar pela segunda vez.
 
A vereadora da Cultura da Câmara de Coimbra, Carina Gomes, frisou hoje que "não havia necessidade de [a secretaria de Estado] apoiar apenas uma das candidaturas", apontando para o exemplo do Conselho Nacional da Juventude, que "apoiou pelo menos a de Coimbra e a de Cascais".
 
"Não havia necessidade. [O Governo] podia apoiar as três candidaturas", concluiu.
 
Depois da primeira fase de receção de candidaturas ao título, as 20 cidades europeias que concorrem ficam a saber, a 29 de abril, quais serão as cinco finalistas, sendo o vencedor anunciado em novembro, em Ganja, no Azerbaijão, que organiza a Capital Europeia da Juventude em 2016.