Colares contesta encerramento da estação de Correios e fim do posto móvel dos CTT

A Junta de Freguesia de Colares vai opor-se ao eventual encerramento da estação de Correios que serve a população do seu território, bem como à extinção do posto móvel de Sintra, que visita várias localidades da zona rural do concelho.

Em comunicado, os CTT – Correios anunciaram a intenção de proceder a uma reestruturação na sua rede de postos e estações no concelho de Sintra, prevendo o encerramento de instalações e o fim do serviço prestado às populações pelos postos móveis de Sintra e Cacém.

“Uma freguesia com esta dimensão, cerca de 34 km2, e com uma população cada vez mais envelhecida, não pode ficar sem o serviço do posto móvel de Correios, muito menos sem a estação dos CTT situada em Colares. Sem o posto móvel, que percorria várias localidades da freguesia, e sem a estação de correios, como é que os nossos idosos vão levantar as suas reformas ou tratar de outros assuntos”, questiona Rui Santos, presidente da Junta de Freguesia de Colares.

O autarca reage assim ao comunicado ontem emitido pelos CTT e nega qualquer interesse em instalar um posto de Correios na sede da Junta de Freguesia. “Seria um encargo muito oneroso, que não estamos em condições de assumir. Para além do mais, essa não é uma responsabilidade nossa. Esse serviço público deve continuar a ser prestado à população pelos CTT. Como tal, é completamente falso que tenhamos celebrado qualquer acordo com os CTT para esse fim”, refere Rui Santos.

Os CTT - Correios de Portugal anunciaram na quarta-feira que vão fechar a estação de Algueirão e transferir os serviços postais para as estações de Mem Martins e das Mercês.

Estas estações, disse fonte oficial dos CTT à Lusa, "distam apenas três a quatro minutos (um quilómetro e 1,5 quilómetros)" da estação de Algueirão, respectivamente.

"De modo semelhante, o serviço prestado pelas estações móveis do Cacém e de Sintra, que funcionam de modo itinerante (em carrinhas), passarão a ser garantidas pelas restantes estações fixas dos CTT do concelho e por postos de correio explorados por parceiros", que está previsto que abram nos próximos meses.

"Não estão previstas, nem nunca estiveram decididas, outras alterações na rede de balcões dos CTT no concelho de Sintra", garantiu a mesma fonte.

Os CTT explicam que esta transferência de serviços resulta do "sobredimensionamento da oferta dos CTT no concelho".

Entre 2007 e 2011, "o número de clientes da estação de correio de Algueirão desceu 18%, enquanto o tráfego caiu 15,4%".

Na estação móvel do Cacém, a primeira a ser interrompida, a média de clientes por paragem não ultrapassava os dois.

"Estas situações motivaram uma análise rigorosa pelos CTT, que a deu a conhecer às autarquias".

Os CTT garantem que todos os serviços postais vão continuar disponíveis e que irão remodelar a estação de correio de Massamá "com a introdução de um sistema de venda livre no espaço da loja".

Além disso, "irá reinstalar num novo local a estação de correio de Pêro Pinheiro, de modo a garantir as melhores condições de acessibilidade e conforto de clientes".

A estação móvel do Cacém vai fechar a 01 de abril, disse a mesma fonte, adiantando que "não existem ainda datas de transferência de serviços para as duas outras estações, prevendo-se que seja em breve".

Os trabalhadores das lojas a transferir vão continuar nos CTT em outras estações.

"A oferta do grupo CTT em Sintra continuará a compreender um número significativo de balcões: 17 estações de correio (lojas próprias dos CTT), 16 postos de correio (lojas exploradas por parceiros), sem contar com aqueles que se prevê que abram ainda este ano, 74 postos de venda de selos e 92 agentes Payshop".