Concurso de Saltos Internacional de Cascais visa duplicar 'prize money' e quadruplicar recinto em 2020

A organização do Concurso de Saltos Internacional (CSI) de Cascais pretende duplicar o 'prize money', este ano situado nos 1,4 milhões de euros, e quadruplicar a lotação do hipódromo Manuel Possolo até 2020.
 
Em declarações à agência Lusa, Duarte Nobre Guedes, presidente do CSI, que falava enquanto se realizava o 'warm up' da prova, revelou que a realização da prova está garantida para os próximos quatro anos.
 
"Temos projetos para os próximos anos e é, seguramente, para ir aumentando e bem. No início o 'prize money' era 300 mil euros e hoje é 1,4 milhões. Há perspetivas de aumentar muito mais. O 'prize money' vai aumentar substancialmente. Não me espantaria que no conjunto duplicasse. Não digo até 2018, mas até 2020 seguramente", afirmou Nobre Guedes.
 
Mas as novidades não se ficam por aqui, para além da possibilidade do número de provas do 'Global Champions Tour' poder aumentar para 20, atualmente são 15, o próprio recinto onde decorre a prova em Portugal, o hipódromo Manuel Possolo, em Cascais, está sofrer alterações.
 
"Pretendemos quadruplicar a lotação deste recinto até 2020. Ainda não posso adiantar como e de que forma", afirmou deixando claro que a atual capacidade de 1.400 espetadores poderá cifrar-se nas seis mil, o que se traduzirá numa assistência global, ao longo dos três dias de prova, cerca de 30 mil entradas.
 
A visibilidade dada por esta prova a Cascais e, por inerência, ao país permite que empresários mundialmente conhecidos como é o caso de Bill Gates e Amancio Ortega (dono da Zara) também olhem para Portugal com outros olhos e apostem no investimento não só na habitação, como também de investimento empresarial.
 
"Por exemplo Bill Gates ao saber que a filha está a montar em Cascais [Jennifer Gates está presente nesta competição] sabe que existe Cascais, sabe que existe Portugal. Ela vai estar no concurso mais bonito que jamais esteve. Os nossos cavaleiros passam a ser os nossos embaixadores. Um evento não é só ter os melhores atletas. É bem mais que isso", afiançou.
 
A notoriedade do CSI não se fica por aqui, na prova de Cascais estão, para além de Jennifer Gates e Marta Ortega Perez, Georgina Bloomberg (filha do magnata Michael Bloomberg), Athina Onassis (neta do armador Grego Aristóteles Onassis), Jessica Springsteen (filha do cantor Bruce Springsteen), entre outros.
 
"Isto é muito importante para Cascais e para o país. Esta componente não pode ser descurada. Tudo em torno do desporto, sempre. Temos 15 cavaleiros dentro do top 30. Há todo um retorno indireto que não é quantificável. Há várias pessoas que já vieram viver para Cascais, montaram negócio, mas também permite a empresários portugueses estar sentado com os magnatas ligados a esta prova", realçou.
 
O facto de Portugal ser um país periférico não facilita a organização e é precisamente neste ponto de Duarte Nobre Guedes vai trabalhar no próximo ano.
 
"Vou assegurar que 50 cavalos venham de avião. Neste momento obriga a uma logística enorme, os cavalos vêm de Espanha de camião. Há 'timings' que têm de ser respeitados, horas de condução, tempos de paragem. É complicado. Os cavaleiros só vêm porque esta prova é especial", rematou.
 
No plano competitivo, a edição deste ano do CSI de cinco estrelas, conta não só com as cavaleiras já mencionadas, mas com um total de 50 concorrentes, entre os quais Harry Smolders (líder da classificação), e Scott Brash, vencedor na etapa lusa, em 2015.
 
"Deste número, 30 por cento são do top 30 mundial, outros tantos entre o top 30 e o top 150, e outros 30 é livre. 10 por cento de portugueses", sustentou.
 
Entre os cavaleiros lusos estão a olímpica Luciana Diniz, Luís Sabino, Mário Wilson Fernandes, António Matos de Almeida e Duarte Seabra.
 
Este último, depois de oito anos a viver em Inglaterra, regressou a Portugal há dois e tem-se focado no concurso de obstáculos, depois de ter trabalhado no concurso completo de equitação, uma espécie de triatlo da equitação e que envolve as disciplinas de ensino/dressage, uma prova de cross e outra de obstáculos.
 
"Foi muito nesta última modalidade que estive concentrado nos últimos dois anos. Quando me mudei para Portugal vi mais futuro, vivendo em Portugal, nos obstáculos e onde tive um crescimento rápido. Já o ano passado saltei aqui e correu bem. Estou a um passo pequeno de fazer o campeonato da Europa (que decorre de 21 a 28 de agosto). A curto prazo o objetivo é estar no campeonato do mundo e conseguir uma classificação para os Jogos Olímpicos", adiantou.
 
Em Cascais, Duarte Seabra reconhece que será difícil ganhar mas não desdenha essa possibilidade.
 
"Se tiver uma vitória é uma coisa muito boa. Mas a este nível não estamos tão ambientados e não temos tanta rodagem como a maioria dos cavaleiros que estão aqui", concluiu.