Conservatório de Música de Sintra vai instalar-se na Quinta da Fidalga, em Agualva

A Quinta da Fidalga, em Agualva, vai acolher o Conservatório de Música de Sintra, no âmbito de um projeto para criação de uma orquestra em cada agrupamento de escolas do concelho, segundo um protocolo aprovado hoje pela autarquia.

“A Quinta da Fidalga já tem destino: vai ser o conservatório de música do concelho de Sintra”, anunciou o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), na reunião do executivo municipal em que apresentou o protocolo para a cedência de parte do direito de superfície do espaço.

O autarca justificou que a proposta será apresentada para deliberação numa próxima assembleia municipal, por pretender que “as obras comecem depressa”, quando já decorrem trabalhos de limpeza dos espaços verdes e instalação de passadiços “para que possa abrir à população”.

O presidente da autarquia sintrense visitou, em finais de outubro, a Quinta da Fidalga, junto ao Largo da República, em Agualva, para lançar os trabalhos de reabilitação, como parque urbano, do espaço abandonado há anos.

No edifício principal, com três pisos e três dezenas de salas, a autarquia projetava instalar uma “residência artística”, mas agora o imóvel “vai ser uma escola de música e relacionar-se com outros conservatórios”, explicou Basílio Horta à agência Lusa.

O autarca estimou que o Conservatório de Música de Sintra-Associação de Música e Dança invista na recuperação e adaptação do imóvel “mais de dois milhões de euros”.

“A igreja [da quinta] vai ter condições únicas para fazer ali concertos”, frisou o presidente da autarquia.

De acordo com a minuta da cedência, a submeter à assembleia municipal, o contrato terá a duração de 30 anos, renovável por períodos de dez anos, mediante uma renda anual de 1.600 euros (IVA incluído).

A associação fica obrigada a “colaborar com o município de Sintra na conceção de um projeto de educação musical que vise a criação de uma orquestra em cada agrupamento de escolas e escola secundária”, estipula o acordo.

A colaboração assenta na “supervisão e coordenação técnica” do projeto, com a disponibilização pelo conservatório de técnicos “num total de oito horas semanais”.

Na recuperação da quinta, classificada como “imóvel de interesse municipal”, os trabalhos terão de ser autorizados e acompanhados pela autarquia, “nomeadamente as obras na capela e nas fachadas do edificado, as portas e janelas, o lagar de fuso e a torre”, lê-se no documento.

Os trabalhos deverão ter início 180 dias após a assinatura do acordo e terão de ficar concluídos “até dezembro de 2016”, segundo a minuta aprovada pelo executivo municipal.

“É um casamento muito feliz, porque é um edifício muito nobre com um destino muitíssimo nobre”, afirmou o vice-presidente da autarquia, Rui Pereira (PS), esclarecendo que a solução permite ultrapassar as dificuldades que o Conservatório de Música de Sintra enfrentava para construir a sede num terreno no centro lúdico de Rio de Mouro.

Para viabilizar o projeto, o executivo municipal aprovou também a resolução do protoloco de utilização da Quinta da Fidalga pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.

“A recuperação da Quinta da Fidalga é de facto fundamental” para a população, concedeu o vereador Pedro Ventura, que se absteve na votação por o protocolo ter sido entregue em cima da reunião, reservando a apreciação da CDU para a assembleia municipal.

A vereadora Paula Simões, do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida, apoiou o protocolo na medida em que “é um espaço que fica ligado à cultura” e “vai revitalizar uma zona nobre da cidade de Agualva-Cacém”.