A Assembleia Municipal da Amadora aprovou uma moção a recomendar à autarquia que peça ao Ministério da Saúde para dotar o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) dos “recursos financeiros e humanos” para o seu normal funcionamento.
Na moção, aprovada na última assembleia municipal, foi proposta “a constituição de uma comissão conjunta entre as assembleias municipais de Amadora e Sintra, com vista a procurar assegurar junto do Governo a criação de alternativas hospitalares suficientes” aos dois municípios.
A assembleia manifestou à nova direção clínica “disponibilidade para apoiar politicamente a necessidade de reforço de meios e pessoal técnico, clínico e médico, de modo a fazer face às necessidades do hospital”, lê-se no documento, a que a Lusa teve hoje acesso.
A moção subscrita por João Camargo (Bloco de Esquerda), Carlos Almeida (CDU) e Ramos Preto (PS), aprovada com votos contra do PSD e CDS-PP, salientou que a demissão de 28 dos 33 chefes de serviço no Amadora-Sintra “é um sinal de alarme claro para a degradação da qualidade de saúde no concelho da Amadora”.
“A aplicação da austeridade à saúde não pode ter outro resultado que não o desmantelamento a nível nacional do Serviço Nacional de Saúde, de forma paulatina ao longo do mandato do atual governo”, salientaram os deputados municipais.
O documento apontou também o fecho de unidades de saúde locais e o “lento desinvestimento” nos grandes hospitais (sobrelotados), assinalado na carta dos chefes de serviço do Amadora-Sintra, que destaca ainda a saída sem substituição de quadros especializados, a incapacidade de contratações e o aumento das listas de espera.
O desinvestimento no hospital – construído para 350 mil utentes e que recebe 650 mil dos dois concelhos – e o desmantelamento da rede local de cuidados de saúde “são uma ameaça aos munícipes da Amadora”, notou a moção.