Dia Mundial do Livro recorda os quatro séculos de D. Quixote

Os quatro séculos da publicação de "D. Quixote", a oferta de livros e a leitura de histórias são algumas das muitas iniciativas que assinalam o Dia Mundial do Livro, nesta quinta-feira.
 
O dia 23 de abril foi proclamado em 1995, pela organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, e tem por base as datas de nascimento e de morte do dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare (1564-1616) e de nascimento do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616).
 
Cervantes está na base de uma das iniciativas do dia: a jornada conjunta da Fundação Calouste Gulbenkian e da editora D. Quixote, em Lisboa, que assinala os 410 anos da publicação da primeira parte de "O engenhoso fidalgo D. Quixote de la Mancha", e os 400 anos da segunda e última parte da obra, com leituras, conferências, oficinas e filmes.
 
A partir de quinta-feira, o Museu Gulbenkian dedica também "um olhar particular" a esta obra de Cervantes, com os exemplares de "D. Quixote" da sua coleção, que ficam expostos até 14 de junho.
O museu acolhe ainda "Uma biblioteca humanista", dedicada à coleção do filólogo José de Pina Martins (1920-2010), que reuniu "uma das mais valiosas bibliotecas particulares especializadas" em obras do Humanismo, com edições de Petrarca, Camões, Sá de Miranda, Dante, Erasmo ou Thomas More, entre outras, por vezes em versões originais, que podem ser vistas até 26 de maio.
 
No Chiado, o ex-reitor da Universidade de Lisboa António Sampaio da Nóvoa, que prevê a apresentação da candidatura à Presidência da República a 29 de abril, é um dos convidados do debate sobre a utilidade dos livros, na Bertrand, que conta ainda com a jurista Cássia Rebelo e o encenador e dramaturgo André e.Teodósio.
 
Outro ponto de encontro, é a estação de caminho-de-ferro de Oeiras, onde vão ser oferecidos livros aos passageiros da manhã, dos comboios de ligação a Algés, segundo a Câmara Municipal, que organiza a iniciativa. À noite, a biblioteca de Oeiras evoca o Nobel português da literatura, no espetáculo “Quem quer ser Saramago?”, da Associação Andante.
 
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa também vai oferecer livros e organizar sessões de leitura para idosos e crianças, na sua biblioteca, em São Roque.
 
A associação Acesso Cultura debate em Lisboa, no Porto e em Loulé, “O prazer da leitura ao alcance de todos”, para discutir o acesso à literatura: “Será que estamos a garantir esse acesso a todos? A quem não vê, a quem tem baixa literacia, a quem não tem o português como primeira língua, a quem é disléxico? E como é que se cria o gosto pela literatura?”.
 
O responsável do Plano Nacional de Leitura, o poeta Fernando Pinto do Amaral, a coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares Manuela Pargana Silva e a representante da Fundação Gulbenkian Maria Helena Melim Borges protagonizam o debate no Museu de Lisboa - Palácio Pimenta.
 
No Museu de Loulé, a sessão conta com a professora Adriana Nogueira, da biblioteca da Universidade do Algarve, a escritora Rute Castro, e o programador cultural de Silves, Paulo Pires. Na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, as questões são debatidas por Adélia Carvalho, da Papa-Livros, João Belchior, do Centro Integrado de Apoio à Deficiência, Susana Vale, do projeto Gaia Inclusiva, e Iria Teixeira, Biblioteca Almeida Garrett.
 
As bibliotecas municipais do Porto fazem ainda com que haja “Poesia no Metro”, na quinta-feira, com leituras animadas por atores, e, até 29 de abril, vão estar disponíveis para a troca de livros.
 
Em Lisboa, a Livraria Barata, na avenida de Roma, também tem em curso a troca de livros. E, na Praça de Londres, a Cabine de Leitura assinala o primeiro ano, com mais 50 novos títulos.
 
A Chiado Editora, na avenida da Liberdade, convida o público a apresentar os textos originais que podem vir a ser integrados na edição de “Um livro num dia”.