Dirigente socialista pede medidas urgentes para o problema financeiro da Tratolixo

O presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Marcos Perestrello, alertou hoje para a necessidade "urgente" de o Governo e as autarquias servidas pela Tratolixo encontrarem uma solução para o problema financeiro da empresa.

Representantes das comissões concelhias do PS de Oeiras, Cascais, Mafra e Sintra visitaram hoje as instalações da empresa de resíduos Tratolixo, para tomarem contacto com os problemas da empresa e conhecer o funcionamento da lixeira.
A acompanhar os deputados socialistas dos quatro concelhos que integram a gestão da Tratolixo, o presidente da FAUL do PS, Marcos Perestrello, disse à agência Lusa que o objetivo da visita foi "perceber a real situação da empresa", depois de a administração ter confirmado problemas financeiros.
"Sabemos que a Tratolixo tem um problema grave financeiro e que tem várias origens, entre as quais o incumprimento das dívidas das quatro câmaras para com a empresa", disse Marcos Perestrello.
O presidente da FAUL socialista considerou que o incumprimento das autarquias levou a Tratolixo à insustentabilidade financeira em que se encontra, ao ponto de ter pedido uma intervenção judicial para elaborar um plano de revitalização.
Marcos Perestrello sublinhou que a Tratolixo presta um serviço "fundamental" à área metropolitana de Lisboa, mas alertou para a necessidade "urgente" de o Governo e as quatro câmaras envolvidas encontrarem uma solução.
"A tarifa que estes quatro concelhos pagam por tonelada de lixo é três vezes superior aos restantes concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. Pagam quase 60 euros por tonelada, o que é impensável, e recai sobre a conta dos munícipes", disse.
No início deste mês, o presidente do conselho de administração da Tratolixo, Domingos Saraiva, anunciou que a empresa de recolha e tratamento de resíduos pediu uma intervenção judicial para resolver problemas financeiros, antes que os credores pedissem insolvência.
A empresa possui uma dívida de 130 milhões de euros, o valor correspondente ao montante pedido aos bancos BPI, BCP, Caixa Geral de Depósitos e Banco Espírito Santo, os principais credores.
O administrador esclareceu que, em 2006, a Tratolixo já tinha acumulado 70 milhões de euros de dívida, porque "não refletiu os custos de exploração na tarifa cobrada aos consumidores".
A Tratolixo fechou o ano de 2012 com um volume de negócios de 24 milhões de euros.
Trata-se de uma empresa intermunicipal de capitais públicos, que gere o sistema de recolha, tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos nos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.