A Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) concorda com o futuro pagamento em postos de carregamentos rápido, uma vez que "vão facilitar imenso as viagens entre o país inteiro".
"Claramente estamos de acordo que se comecem a pagar os postos de carga rápida, que vão ser 50 instalados em todo o país, e que vão facilitar imenso as viagens entre o país inteiro", comentou Henrique Sánchez à agência Lusa.
O comentário surge na sequência de uma notícia do Jornal de Notícias, sobre o fim dos carregamentos gratuitos na via pública, citando o Ministério do Ambiente.
O fundador da UVE referiu ter recebido informações sobre o início - no final do primeiro trimestre ou início do segundo trimestre de 2017 - dos pagamentos na rede de carregamentos rápidos (a 50 quilowatt - KW), cujos primeiros postos começaram a ser colocados em agosto último, no Algarve.
Segundo Sanchéz, o pagamento poderá ser pelo tempo de carregamento, por quilowatt ou pela fixação de um tarifário até determinada percentagem de carregamento da bateria, ao que se segue "uma subida exponencial para obrigar a pessoa a libertar o posto".
Entre outras novidades para a rede, Sanchéz referiu a instalação de mais postos, nomeadamente de carga semi-rápida (22 KW) nas sedes de distrito e que os postos da rede normal "vão ser todos revistos do ponto de vista tecnológico", alguns passando de 3.7 para 7.4 KW e outros para 22 KW.
O responsável referiu que "outros vão ser desativados porque a procura não justifica a sua localização e outros vão ser relocalizados".
"Vimos como muito positivo a instalação do resto da rede que falta, o 'upgrade' tecnológico daqueles postos que estão, claramente, já desatualizados", disse ainda à Lusa, acrescentando haver a garantia do Ministério do Ambiente e da Mobi.E, que "até ao Natal se vai ter mais uma prendinha, que seria fechar o corredor de carregamento rápido até Valença, com ligação à Galiza".
Com o lançamento de vários modelos com autonomias entre os 300 e os 400 quilómetros e "se tivermos a rede instalada, quer a rede normal, quer a rede de carga rápida julgo que Portugal a estar, claramente, na cabeça da mobilidade elétrica de todo o mundo", perspetivou.
Em julho decorrerá no Porto um encontro da UVE e o responsável previu que nessa altura "senão 100% da rede instalada, estará bastante mais de 60 ou 70%".
Em declarações ao Jornal de Notícias, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, indicou que os testes do sistema de pagamentos para a rede estão em curso e os novos carregadores, a instalar até ao final deste ano e ao longo de 2017 já foram contratados numa lógica de concessão a privados.
O investimento na modernização e expansão da rede de abastecimento será de quase oito milhões de euros, com cerca de 1,8 milhões destinados à instalação de 50 postos de carregamento rápidos, que permitem carregar 80% da bateria em 15 a 20 minutos (de 50 kw).
Ainda segundo o jornal, os restantes seis milhões de euros são aplicados na modernização da rede piloto com 1.076 carregadores que preenchem a bateria num período entre 60 a 90 minutos.