“É todo um mundo novo que me espera”

Carlos Sousa volta ao Dakar, entre 6 e 20 de Janeiro, para percorrer quase nove mil 

 
Carlos Sousa vai voltar ao Dakar em 2018, numa edição muito especial, a 40.ª, que sai para os trilhos a 6 de Janeiro e se prolonga até dia 20. Com um palmarés invejável, onde constam uma vitória na Taça do Mundo (em 2003), dez títulos nacionais e 17 participações numa das provas mais duras do mundo, e sobressai o 4.º lugar alcançado em 2003, o piloto regressa após dois anos afastado da competição e participa através da equipa oficial Renault Sport Argentina.
Ao volante de um Duster, equipado com um motor V8 da aliança Renault-Nissan, com 390 cavalos de potência, Carlos Sousa vai contar com a companhia do francês Pascal Maimon, navegador que, em 2002, venceu o Dakar ao lado do japonês Hiroshi Masuoka.
O piloto português admite que “estava longe de imaginar que estaria de regresso ao Dakar. Estava descansado em casa, quando recebi um telefonema com o honroso e irrecusável convite do Renault Duster Dakar Team. Apesar de estar sem correr há dois anos, a adrenalina subiu de imediato”.
Os primeiros testes estavam marcados para o início do mês, para uma zona de deserto na Argentina, com vista “a recuperar o ritmo perdido em dois anos de ausência de competições”, confessa.  
“A falta de ritmo é uma das minhas maiores preocupações, pois há dois anos que não me sento num automóvel de competição”, reconhece o piloto, que, para além do carro, vai conhecer também o seu navegador em cenário de competição. “Há vários anos que nos conhecemos, com algumas lutas em pista, mas com uma amizade que se foi cimentando. Meio a brincar íamos dizendo que, um dia, iríamos correr juntos”, realça Carlos Sousa, que não poupa elogios ao seu colega: “É uma das referências da modalidade na arte da navegação. O seu palmarés diz tudo sobre a sua experiência e competência. Também é um especialista em mecânica, pelo que a escolha não podia ser mais certa”.
Afastado da competição há dois anos, com estreia ao volante do Duster e novo navegador, Carlos Sousa tem consciência dos condicionalismos. “É todo um mundo novo que me espera”, salienta, mas reconhecendo: “já estou habituado a este tipo de dificuldades”. Nesse sentido, já definiu a sua estratégia: “Primeiro, vou adaptar-me a tudo o que é novidade. Mas quero andar o mais rápido possível, nunca esquecendo que o Dakar ainda continua a ser uma prova maratona, em que a gestão do ritmo continua a ser essencial”.
Com partida de Lima, no Peru, para uma competição ao longo de 8.793 quilómetros, 4.329 dos quais ao cronómetro, a 40.ª edição do Dakar percorre, pela décima vez consecutiva, a América do Sul, terminando na Argentina. “Como a edição deste ano começa logo com vários dias no deserto, acredito que isso pode ser uma vantagem para mim. Aliás, acredito mesmo que, ao contrário dos outros anos, podemos chegar a meio da prova com vantagens significativas entre os pilotos da frente. Mas o Dakar é sempre fértil em surpresas, por isso, vamos ver o que nos reserva este ano”, salienta o piloto.
Quanto a metas, Carlos Sousa não esconde que sonha com “a conquista de um resultado nos dez primeiros”, uma classificação que já conquistou por 11 vezes. “Tenho consciência que é uma expectativa muito elevada, tendo em conta a qualidade da lista de inscritos, mas eu acredito nessa possibilidade e na competitividade do Duster”, acentua. 
Carlos Sousa parte, assim, para mais uma aventura, numa carreira que se iniciou em 1989 ao volante de um UMM, um ano depois da primeira participação na Baja de Portalegre, sendo reconhecido como o mais bem-sucedido piloto português do todo-o-terreno.
quilómetros do Peru à ArgentinaCarlos Sousa volta ao Dakar,
entre 6 e 20 de Janeiro,
para percorrer quase nove mil 
quilómetros do Peru à Argentina