Empresa de Sintra acusada de despedir sindicalista depois de marcação de plenário

A administração da empresa Frustock, da Abrunheira, Sintra, foi hoje acusada de ter despedido um delegado sindical, depois de este ter marcado um plenário de trabalhadores.

Segundo Rui Matias, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), o delegado sindical "teve a audácia, na perspetiva do patrão, de querer marcar um plenário de trabalhadores, divulgando um comunicado em que incentivava à adesão" a essa reunião, tendo, no próprio dia, recebido "uma carta, em mãos, a dizer que o seu posto de trabalho estava extinto".

Para justificar o despedimento, de acordo com o sindicalista, a empresa terá argumentado que o delegado sindical tem ausências injustificadas do seu posto de trabalho e que "abusou da lei sindical relativamente ao crédito de horas”.

“Foi a primeira vez que tentámos marcar um plenário na empresa, na Frustock e, logo no dia a seguir, o delegado foi automaticamente despedido”, observou Rui Matias.

O dirigente do SINTAB indicou que, a 17 de maio, às 10:30, haverá uma concentração à porta da empresa, convocada pela CGTP-IN, com a União dos Sindicatos de Lisboa.

“Vamos dar apoio ao nosso camarada Daniel Ferreira, que está a ser injustamente acusado. O que está a acontecer é uma perseguição clara por parte da empresa”, frisou, acrescentando que vão "assegurar todos os serviços jurídicos da parte do SINTAB ao Daniel".

A agência Lusa tentou, sem sucesso, contactar a administração da empresa para obter um comentário sobre a situação.