A direção da escola de Sintra. que suspendeu três alunos por tentarem pintar um mural político no edifício, nega que a punição tenha alguma relação com o facto de aqueles estudantes terem organizado uma manifestação nacional.
Na quarta-feira, três alunos da Associação de Estudantes (AE) da Escola Secundária Santa Maria, em Sintra, acusaram a direção escolar de ter decidido suspendê-los por três dias para os "punir" por terem organizado uma manifestação nacional contra a degradação do ensino público, que se realizou quinta-feira.
A direção da escola garante que a suspensão não tem qualquer ligação à manifestação, mas sim com o facto de os alunos terem ignorado uma decisão da escola.
Os estudantes decidiram pintar um mural político na parede da escola, depois de a diretora ter proibido tal iniciativa por considerar que a pintura ia "desvirtuar a obra arquitetónica".
Em declarações à agência Lusa, Ana Bernardo, subdiretora do agrupamento responsável por aquela secundária, explicou que "os alunos pediram autorização à diretora para pintar um mural, mas não foi aceite por se tratar de uma estrutura arquitetónica de autor e que, por isso, não se pode desvirtuar".
A responsável contou que em alternativa foi proposto aos alunos que fizessem o mural em "painéis amovíveis que seriam colocados nos corredores".
No entanto, os estudantes não aceitaram a proposta da direção e, ignorando a decisão escolar, decidiram pintar o mural. Ana Bernardo diz que tentou persuadir os alunos a parar mas acabou por pedir ajuda aos elementos "da Polícia Segura, que estavam ali perto".
Os alunos foram identificados pelos agentes da PSP e a direção da escola decidiu suspender os alunos por três dias, "por porem em causa a autoridade da escola e por atentarem contra o património", concluiu Ana Bernardo.