Estabilização de arribas nas Azenhas do Mar começa na próxima semana

Os trabalhos de consolidação da arriba sul nas Azenhas do Mar, no litoral de Sintra, iniciam-se na próxima semana e incluem a demolição do snack-bar abandonado no miradouro, informou fonte da Agência Portuguesa de Ambiente (APA).

A empreitada de estabilização das arribas foi hoje consignada pela APA à empresa Tecnasol - Fundações e Geotecnia, pelo valor de "cerca de 270.000 euros, mais IVA [imposto sobre o valor acrescentado]".

O estaleiro será instalado no início da próxima semana e a obra terá a duração de três meses e meio.

A demolição do pequeno snack-bar devoluto permitirá recuar ligeiramente o muro de proteção do miradouro e manter os visitantes afastados da área mais crítica do topo da arriba.

Os trabalhos vão incluir o preenchimento com betão das cavidades na arriba instável e revestimento com pedra e argamassa para minimizar o impacto visual da intervenção.

"O estacionamento também vai ser reduzido, para que as pessoas possam desfrutar da vista e reduzir a carga dos veículos sobre a arriba", explicou um participante na visita de trabalho ao litoral sintrense, que juntou técnicos da APA, da empresa, da Junta de Freguesia de Colares e da Câmara de Sintra.

Na empreitada está incluída a construção de um muro de proteção na chamada "boca do Ancão", para travar a erosão provocada pelo mar na arriba junto à estrada que liga à Praia das Maçãs, na proximidade da escola primária das Azenhas do Mar.

O secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, estimou em janeiro um investimento de 1,2 milhões de euros para a consolidação das arribas nas Azenhas do Mar, de um total de 4,5 milhões para o litoral de Sintra.

A obra insere-se no litoral do Programa Operacional Valorização do Território (POVT).

No final do ano deve ser lançada a estabilização da arriba norte, onde se aninham as casas da localidade e que constitui uma das imagens turísticas da região. A recuperação das piscinas deve ser incluída no projeto.

A Praia das Azenhas do Mar não foi considerada zona balnear e o concessionário adiantou hoje que, devido aos estragos provocados pelo mau tempo, "as piscinas não vão estar abertas", por motivos de segurança.

Os técnicos da APA visitaram depois a praia da Aguda. A autarquia pretende reabilitar as escadas na arriba, de forma a poder aumentar a segurança do acesso aos banhistas e das entidades de socorro, apesar de o areal não estar concessionado.

As escadas de acesso à arriba sul da Praia Grande, onde se situam os vestígios de pegadas de dinossauro, também serão recuperadas.

A escadaria, vedada com uma rede degradada, precisa de pequenos trabalhos de consolidação e limpeza e pode voltar a ser usada após sinalização dos riscos associados à erosão do litoral pelo Parque Natural de Sintra-Cascais.

O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia anunciou esta semana obras de proteção e valorização em praias de 19 municípios afetadas pelo mau tempo, financiadas por verbas comunitárias, no total de 15,5 milhões de euros.