Foram muitos os populares que se concentraram no Largo Afonso de Albuquerque, na Estefânea, em Sintra, na manhã do passado dia 2, para assistir à entrada em funcionamento do recuperado relógio que ali marcou horas e horas desde 1918. A iniciativa da Junta de Freguesia de Sintra (Santa Maria e S. Miguel) coincidiu também com a abertura ao público das novas instalações da conhecida Farmácia Marrazes, onde está implantada a peça de relojoaria, supostamente de origem francesa, adquirida pela viúva de Augusto Martinho, um relojoeiro e ourives que ali se estabeleceu na primeira década do século XX.
Inicialmente, revela Hermínio Santos, após uma pesquisa histórica sobre o assunto, o antigo relógio estava implantado na fachada da Relojoaria M. Martinho, sendo posteriormente transferido para junto da Farmácia Marrazes e do Hotel Nova Sintra. "Após um período de inactividade, a Junta de Freguesia decidiu recuperá-lo e devolvê-lo à população, numa zona que está cada vez mais bonita graças à recuperação de vários prédios e fachadas", explica Alexandre Sebastião, secretário no executivo daquela autarquia, destacando o valor "histórico" daquela peça.
Gentil Pinto foi quem subiu ao topo de uma escada para destapar o recuperado relógio, sendo também ele quem pugnou pela sua recuperação. "Colaborei com a Junta na procura de um relojoeiro capaz de colocar este equipamento a funcionar, mantendo o mesmo mecanismo, mas agora sem necessidade de lhe dar corda. Para mim, que sempre vi esta peça aqui implantada é uma grande alegria", revelou ao JR.
Na rua bateram-se palmas, com muita gente a exclamar que "agora já não há razões para não haver horas certas" na Estefânea.
Paulo Parracho