Um prémio com o nome Vasco Graça Moura foi criado pelo grupo Estoril-Sol, numa homenagem ao escritor, poeta e ensaísta falecido em abril último.
“O Prémio Vasco Graça Moura terá uma natureza muito abrangente, vocacionado para distinguir a Cidadania Cultural, em memória do homenageado, que desenvolveu uma invulgar e brilhante atividade intelectual em diferentes domínios”, disse fonte da Estoril-Sol.
Vasco Graça Moura presidiu, desde 2007, os júris dos prémios literários Fernando Namora e Revelação Agustina Bessa-Luís, também instituídos por aquele grupo.
Quanto ao júri do novo galardão, a mesma fonte adiantou à Lusa que “será o mesmo dos prémios literários”, que é presidido por Guilherme D`Oliveira Martins, e do qual fazem parte Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz, João Lobo Antunes, Lima de Carvalho e Dinis de Abreu.
“O regulamento do prémio está a ser elaborado, devendo os pormenores serem divulgados antes do fim do ano”, disse a mesma fonte.
Vasco Graça Moura, que morreu no passado dia 27 de abril, vítima de cancro, era presidente do Centro Cultural de Belém, desde janeiro de 2012.
Romancista, poeta, ensaísta, tradutor, ex-deputado europeu e ex-secretário de Estado, Vasco Graça Moura foi alvo de várias homenagens este ano, nomeadamente pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Recebeu os prémios Pessoa e Vergílio Ferreira e ainda o de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela.
Foi igualmente distinguido com a Coroa de Ouro do Festival de Poesia de Struga, o Prémio Max Jacob de França para Poesia Estrangeira, o Prémio de Tradução do Ministério da Cultura de Itália, a Medalha de Florença, o Prémio Morgado de Mateus, para o conjunto da obra, o Prémio Europa - Cátedra David Mourão-Ferreira da Universidade de Bari, em Itália, tendo recebido ainda, entre outras condecorações nacionais e estrangeiras, a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Autor de romances como "Quatro últimas canções" (1987), "A morte de ninguém" (1998), "Meu amor, era de noite" (2001), "O enigma de Zulmira" (2002), "Por detrás da magnólia" (2004), foi uma das vozes mais críticas do Acordo Ortográfico.
Graça Moura dirigiu a Fundação Casa de Mateus, foi comissário-geral de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).
Como tradutor, passou para português peças de Racine, Molière e de Corneille, entre outros, os "Sonetos de Shakespeare", "Rimas de Petrarca", "Vida Nova" e "Divina Comédia", de Dante, "Os testamentos de François Villon" e ainda títulos de Seamus Heaney, Hans Magnus Enzensberger e Gottfried Benn.