Estradas de Portugal alerta para riscos das hortas ilegais junto a rodovias

A Estradas de Portugal (EP)  considera que as hortas urbanas junto ao IC 19 representam um perigo para as estruturas rodoviárias por porem em causa a segurança e estabilidade dos taludes. “A atual ocupação dos terrenos é ilegal e constitui um perigo para a segurança dos condutores que circulam no IC 19 [que liga Lisboa a Sintra]”, referiu fonte oficial da EP, acrescentando que “a existência destas hortas junto às estradas põe em causa a estabilidade dos taludes das próprias estruturas rodoviárias”.
A mesma fonte indicou que “a Estradas de Portugal tem mantido contactos regulares com a Câmara Municipal da Amadora e com a Polícia Municipal da Amadora com o objetivo de encontrar a melhor solução para esta situação”.
Em declarações à agência Lusa, o vereador da Câmara Municipal da Amadora com o pelouro da gestão urbanística e das obras municipais, Gabriel Oliveira, disse que esta é “uma situação que dura há muito tempo” e defendeu que a EP “podia atuar mais rapidamente”.
Para Gabriel Oliveira, o principal problema destas zonas de cultivo consiste no perigo que representa para os condutores.
“Pode cair uma pedra, pode cair uma pessoa”, alertou o vereador, reforçando a esperança de que “não haja, um dia, um acidente grave”.
Gabriel Oliveira salientou também a questão ambiental: “Aquilo que colhem ali está contaminado”, uma vez que passam no local milhares de viaturas que emitem gases tóxicos.
Além da questão legal, a EP disse ter em consideração “o lado social inerente a esta situação, dada a importância que as hortas têm para as pessoas que as utilizam”, normalmente desempregadas e sem outros rendimentos.
A mesma fonte assegurou que “a EP irá repor a legalidade desta situação, removendo as hortas, em colaboração com as entidades camarárias”, mas não adiantou prazos para o fazer.
Também a Câmara Municipal da Amadora tem apostado em solucionar o problema, através de um projeto, que ainda está em fase de estudos, para criar hortas comunitárias.
De acordo com Gabriel Oliveira, o município está ainda a estudar a melhor localização, mas à partida deverão situar-se na “quinta de Almarjão, junto ao [bairro do] Zambujal”.
Segundo o vereador, estão por resolver questões administrativas e de cedência dos terrenos, o que justifica a demora da concretização do projeto.