Estreia da cantata 'Vera Cruz', de Nuno Côrte-Real, abre Festival Estoril-Lisboa

O 43.º Festival do Estoril-Lisboa abre no dia 01 de julho com a estreia da cantata "Vera Cruz", de Nuno Côrte-Real, no Teatro Nacional de S. Carlos, em Lisboa, e tem previsto cerca de 30 concertos, até dia 28.
 
Outra estreia anunciada é a da composição "Niños de Murillo", de Sebastián Mariné, pelo Sonor Ensemble, no dia 10, no Palácio da Ajuda, no âmbito de uma homenagem ao pintor espanhol Bartolomé Esteban Murillo (1617-1682), assinalando o quarto centenário do seu nascimento.
 
O pintor do período barroco, que se celebrizou pelas suas "Madonna" e pelas telas de cariz católico, é ainda celebrado em três outros concertos, um deles, no Palácio Foz, no dia 17, com a estreia em Portugal, pelo pianista Mario Prisuelos, das peças "Visiones", de Joan Magrané, "Ante la Anunciación de Fra Angélico", de Joaquín Turina, "Memento", de Jesús Torres, e de "Videns", de Alberto Carretero.
 
O recital do espanhol Prisuelos intituila-se "Visiones Místicas para Piano", e inclui ainda obras de Antonio Soler e Federico Mompou.
 
Bartolomé Esteban Murillo também é celebrado num concerto de órgão na Sé de Lisboa, por Andrés Cea Galán. Do pintor, entre outras obras, tem o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, patente na exposição permanente de pintura europeia, o quadro original "Casamento místico de Santa Catarina".
 
O certame do Estoril inclui o 5.º Festival Jovem, com seis recitais, um ciclo de música de órgão, o 19.º Concurso de Interpretação do Estoril e os 53.ºs Cursos Internacionais de Música de Estoril, com a participação dos músicos António Saiote, Andrés Cea Galán, Pablo de Naverdán e Fábio Zanon.
 
O concerto inaugural, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, será dirigido pelo compositor da obra em estreia, Nuno Côrte-Real. A cantata "Vera Cruz", para coro, orquestra e narrador, é uma peça inspirada na Carta de Pêro Vaz de Caminha ao rei D. Manuel sobre "o Achamento do Brasil".
 
A obra de Côrte-Real estreia-se em Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura, e o programa do concerto, com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos (e Luis Lima Barreto na narração), inclui ainda a Sinfonia nº. 2, de Robert Schumann.
 
Esta edição do festival do Estoril realiza-se sob o lema "Um festival com património", e tem como cenários, entre outros, os palácios de Belém, Foz e da Ajuda, a Sé e a Biblioteca Nacional, em Lisboa, e o Centro Cultural de Cascais-Casas do Gandarinha.
 
O jardim da cascata, no Palácio de Belém, é o cenário do concerto de encerramento, no dia 28, com a Russian String Orchestra, sob a direção de Misha Rachlevsky.
 
No Palácio da Ajuda realizam-se quatro concertos, de 08 a 15 de julho, protagonizados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), Sonor Ensemble, Orphenica Lyra e pela Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras.
 
Deste conjunto de concertos, a organização destaca a participação da violoncelista Isabel Vaz, vencedora do Concurso de Interpretação do Estoril do ano passado, que vai interpretar o 1.º Concerto para violoncelo e orquestra, de Joseph Haydn.
 
O Ciclo de Órgão, com concertos nas igrejas de São Vicente de Fora e de Santa Maria de Belém e na Sé Patriarcal, além de André Cea Galán, conta com as participações de Maurizio Salerno e António Esteireiro, num programa com o barítono Armando Possante.
 
O 5.º Festival Jovem realiza-se no Centro Cultural de Cascais e no Museu da Música Portuguesa-Casa Verdades Faria, no Monte Estoril, de 05 a 26 de julho, e, segundo a organização, conta "jovens agrupamentos e solistas", como o pianista Diogo Simões.