Estudante do Politécnico de Setúbal desenvolve trotinete elétrica com travagem regenerativa

Os elevados custos energéticos e ambientais associados à mobilidade urbana, obrigam, cada vez mais, à procura de soluções alternativas com reduzido consumo energético e emissões nulas no local de circulação. Foi neste âmbito que o estudante de mestrado em Eng.ª Eletrotécnica e de Computadores da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), Nelson Andorinha, realizou a sua tese de mestrado, que incidiu no projeto e construção de um protótipo de uma trotinete elétrica, com travagem regenerativa.

Esta característica permite que este meio de transporte, muito útil para pequenas deslocações em ambiente urbano, consiga aproveitar a energia nas travagens (cinética) e nas descidas (potencial), sendo assim mais eficiente que os modelos disponíveis no mercado.

Este trabalho, nasceu no âmbito dos habituais projetos de colaboração entre a ESTSetúbal/IPS e as empresas, tratando-se, neste caso específico, de um projeto realizado em colaboração com a empresa ZAC.

Devido ainda ao elevado custo das baterias de iões de lítio, característica desfavorável para uma solução de mobilidade elétrica que se pretende acessível ao grande público, este projeto optou pela solução de baterias de chumbo-ácido. A utilização simultânea dos supercondensadores vai permitir efetuar arranques e travagens rápidas e de forma eficiente, devido à sua capacidade de fornecer e receber potências elevadas em curtos períodos de tempo. Com esta opção, o tempo de vida útil das baterias aumenta consideravelmente e a utilização dos travões mecânicos  é reduzida.

Esta solução vai assim ao encontro dos graves problemas de mobilidade nos grandes centros urbanos, onde, para curtas distâncias, se obtém um meio de transporte rápido, económico, sem problemas de estacionamento e de manutenção praticamente inexistente.

Na sequência da conclusão deste trabalho, e como reconhecimento da qualidade do mesmo, já foi publicado um artigo científico numa conferência internacional. O autor do projeto, Nelson Andorinha, recebeu também o prémio de mérito atribuído pelo Instituto Politécnico de Setúbal para a melhor classificação no ano letivo de 2011/2012.