O indicador do poder de compra ‘per capita’ registou valores acima da média nacional em 33 dos 308 municípios portugueses no ano de 2015, de acordo com um estudo divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
“Ainda acima da média nacional estavam as duas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e alguns municípios coincidentes com capitais de distrito”, revelou a 12ª edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC), que integra informação estatística reportada ao ano de 2015.
Os resultados do indicador ‘per capita’ de poder de compra (IpC) para 2015 associam ao território continental um poder de compra superior ao observado nas duas regiões autónomas: “o valor atingia 100,7 para o Continente e era, respetivamente, de 85,5 e 86,9 para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira”.
Por NUTS 2 (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos), destacam-se por valores mais elevados do IpC a Área Metropolitana de Lisboa (124,68) e a Área Metropolitana do Porto (104,82), seguindo-se o Algarve (95,17), o Norte (92,09), o Alentejo (91,04), o Centro (88,75), a Região Autónoma da Madeira (86,86) e a Região Autónoma dos Açores (85,50).
Neste âmbito, o concelho que regista o IpC mais elevado é Lisboa (214,54), “sendo o único município a mais do que duplicar o índice nacional”, que apresenta um valor médio de 100, avançou o estudo do INE.
Na Área Metropolitana de Lisboa destacaram-se ainda os municípios de Oeiras (157,08), Cascais (122,72) e Alcochete (118,25). Já na Área Metropolitana do Porto registaram um IpC acima da média nacional os municípios do Porto (161,43), de São João da Madeira (136,12), de Matosinhos (123,68) e da Maia (113,16).
Além dos territórios metropolitanos, revelavam um poder de compra ‘per capita’ superior à média nacional também os municípios correspondentes a algumas capitais de distrito, com relevância para Faro (132,14), Coimbra (131,54), Aveiro (125,13) e Évora (116,39).
“Esta análise sugere, assim, uma associação positiva entre o grau de urbanização das unidades territoriais e o poder de compra aí manifestado quotidianamente”, advogou o estudo EPCC.
Outros dos municípios que se evidenciaram em termos de IpC foram de Sines (133,47), no Alentejo Litoral, e do Funchal (115,29), na Região Autónoma da Madeira.
“Dos 308 municípios portugueses, 33 apresentavam valores acima da média nacional relativamente ao indicador do poder de compra ‘per capita’”, concluiu o estudo de 2015.
Relativamente a valores do IpC abaixo da média nacional, nove dos 18 municípios que constituem a Área Metropolitana de Lisboa encontravam-se nessa situação, com destaque para a Moita (83,18), assim como 12 dos 17 concelhos que integram a Área Metropolitana do Porto, evidenciando-se Arouca (69,49) e Paredes (78,16).
“No conjunto do território nacional, 147 municípios (48% do número total de municípios) apresentavam valores de IpC inferiores a 75. Dos 10 municípios com menor poder de compra ‘per capita’ manifestado, oito pertenciam ao Interior das regiões Norte e Centro (distribuindo-se pelas sub-regiões Tâmega e Sousa, Alto Tâmega, Douro, Terras de Trás-os-Montes e Viseu Dão Lafões) e dois à Região Autónoma da Madeira”, indicou o estudo do INE.
No que diz respeito ao indicador Percentagem de Poder de Compra (PPC), este revela que “23 municípios concentravam 50% do poder de compra nacional e que os 35 municípios que integram as duas áreas metropolitanas do país ultrapassavam este limiar ao concentrarem 51% do poder de compra nacional”.