Eusébio já foi sepultado no cemitério do Lumiar. Os restos mortais do “Pantera Negra” desceram à terra perante uma multidão de cidadãos anónimos e de dezenas de personalidades da vida desportiva, política e social. Como pano de fundo, escutava-se o hino nacional e alguns cânticos relacionados com o Sport Lisboa e Benfica.
Antes da última cerimónia, o cortejo fúnebre percorreu as ruas de Lisboa e parou junto à Praça do Município.
Ao início da tarde, mais de dez mil adeptos concentraram-se no Estádio da Luz para prestarem uma última homenagem a Eusébio. A antiga estrela do Benfica e da seleção portuguesa de futebol, que morreu no domingo, manifestou como último desejo dar uma volta olímpica ao estádio que chamava a sua casa.
Pelo menos 10 mil pessoas, entre adeptos "encarnados" e público anónimo, marcaram presença nesta homenagem ao "Pantera Negra", vislumbrando-se inúmeros cachecóis e entoando cânticos, com realce para o "tu és o nosso rei Eusébio".
Panteão só daqui a um ano
Entretanto, o grupo parlamentar do PSD defende que Eusébio merece as honras do Panteão Nacional e vai propor que isso aconteça daqui a um ano, nos termos da lei, anunciou hoje o líder da bancada social-democrata.
“No grupo parlamentar do PSD não temos dúvidas de que Eusébio merece as honras do Panteão Nacional e não deixaremos de propor que o mesmo lhe seja concedido daqui a um ano, nos termos da lei”, afirma Luís Montenegro, numa declaração enviada à agência Lusa. “Mas hoje evocamos em Eusébio o orgulho de ser português e a ambição de procurarmos a excelência em tudo o que fazemos”, acrescenta o líder parlamentar do PSD.
Na mesma declaração escrita, Luís Montenegro considera: “O mais importante no dia de hoje é partilharmos com os portugueses a partida de um símbolo da nossa identidade nacional, um português simples, solidário, patriota e um desportista de excelência”.
De acordo com a lei 28/2000, “as honras do Panteão destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.
As honras do Panteão, situado na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, podem consistir “na deposição no Panteão Nacional dos restos mortais dos cidadãos distinguidos” ou “na afixação no Panteão Nacional da lápide alusiva à sua vida e à sua obra”, sendo a sua concessão “da competência exclusiva da Assembleia da República”.
A mesma lei estabelece que “as honras do Panteão não poderão ser concedidas antes do decurso do prazo de um ano sobre a morte dos cidadãos distinguidos”.
A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, admitiu hoje a hipótese de os restos mortais de Eusébio serem depositados no Panteão Nacional, assinalando que essa decisão cabe aos grupos parlamentares.
Entretanto, o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, pediu à presidente da Assembleia da República que a conferência de líderes parlamentares, cuja próxima reunião se realiza na quarta-feira, analise a possibilidade de Eusébio ser reconhecido com “honras do Panteão Nacional e a deposição nele dos seus restos mortais”.