Exposição percorre cinco décadas da obra de Carlos Carreiro através de 64 pinturas

Uma exposição com 64 obras de Carlos Carreiro vai percorrer quase cinco décadas do percurso deste artista a partir de sexta-feira, no Centro Cultural de Cascais, apresentada pela Fundação D. Luís I.
 
De acordo com a organização, a mostra intitula-se "Carlos Carreiro na coleção de Carlos Carreiro", inaugura hoje, às 21:30, abre ao público na sexta-feira e ficará patente até 12 de abril, no Centro Cultural de Cascais.
 
A coleção do artista, de 68 anos, foi reunida ao longo de quase cinco décadas e espelha os estilos presentes no seu trabalho, nomeadamente o surrealismo, o novo realismo e o novo romantismo.
 
Num texto sobre a exposição, Carlos Carreiro explica como surgiu a coleção: "Reunir estes trabalhos feitos durante 47 anos foi uma experiencia apaixonante, até para avaliar o nível de afeição que temos a certas obras e a respetiva capacidade de resistência em não se privar delas ao longo de tanto tempo".
 
"Devo essa opção fundamentalmente à minha mulher, já falecida há 16 anos. A Gica reservava um quadro grande e dois médios por ano, por isso temos mais de sessenta obras e os meus filhos continuam comigo a aumentar esta coleção", acrescenta.
 
Por outro lado, assinala que não pretende criar uma fundação com este acervo nem doá-lo "para adormecer nas reservas das coleções institucionais", tendo decidido mantê-lo privado e mostrar agora obras que considera essenciais do seu percurso artístico.
"Tenciono evocar aqueles que sempre apreciaram a minha pintura e apresentá-la a quem não conhece, principalmente os mais novos", acrescenta o pintor nascido em Ponta Delgada, em 1946, cuja primeira exposição individual data de 1973, na Galeria Zen, no Porto.
 
Carlos Carreiro fez o curso geral de pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) e iniciou carreira docente em 1977 na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, tornou-se professor agregado em 1982 e aposentou-se em 2003.
 
Entre várias outras exposições individuais, realizou uma antológica nos museus das Flores e da Graciosa, Açores (2006), e também "Carlos Carreiro na coleção de Carlos Carreiro", na Galeria Municipal de Matosinhos (2011).
 
Membro fundador do Grupo Puzzle (1976) participou, entre outras exposições coletivas, “Arte Moderna Portuguesa”, Museu de Lund, em Belo Horizonte (1976), "Arte Portuguesa Contemporânea", no Museu de Arte Assis Chateaubriand de Brasília e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1977), "50 Anos de Arte Portuguesa", no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, em Lisboa (2007).
 
Está representado nas coleções do Museu Carlos Machado (Ponta Delgada), no Museu Municipal de Amarante, na Fundação de Serralves (Porto), na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Museu de Sodertalfe (Suécia) e em várias coleções institucionais do Governo Regional dos Açores.