O futuro terminal rodoviário de Paço de Arcos está a cerca de um milhão de euros de distância de ficar pronto. Esta é a verba estimada para concluir a obra que tiraria os autocarros e os táxis da rua e daria maior conforto aos motoristas e, principalmente, melhores condições aos passageiros que ali usam os serviços de várias operadoras de transportes para se deslocarem, sobretudo as populações de Porto Salvo, mas também Paço de Arcos e Oeiras. Mas, além desta verba, falta, também, chegar a acordo com as operadoras quanto à gestão e manutenção do espaço. Constrangimentos que levam a que ainda não haja uma data prevista para o arranque da fase final de obras.
O montante em falta não tem, pelo menos para já, sinal verde por parte da autarquia. Na verdade, segundo declarou, recentemente, o presidente da Câmara, Paulo Vistas, “trata-se de um valor elevado dentro do que são hoje os constrangimentos orçamentais”, pelo que o projecto “está “à espera de decisão relativamente à capacidade da Câmara Municipal em avançar com a obra”.
Por motivos diversos, há longos anos que o terminal aguarda por conclusão. Integrado na Zona do Interface de Paço de Arcos, que inclui as estações dos comboios da CP e do muito falado SATU (situado no outro lado da Avenida Sr Jesus dos Navegantes), o projecto ganhou forma no âmbito de um mais vasto Complexo Multifuncional com habitação, comércio e Serviços, sendo que estas componentes há muito estão prontas e a funcionar.
Uma visita de trabalho recentemente efectuada ao local pelo presidente da Câmara e diversos técnicos da autarquia permitiu comprovar que se trata de um espaço de grandes dimensões em comprimento (ao longo daquela avenida), de cuja extensão dificilmente se dá conta quem passa no exterior. Uma área mergulhada em escuridão, com paredes cruas de cimento e dezenas de pilares do chão ao tecto.
Segundo explicações obtidas no local, entre os trabalhos em falta estão os sistemas de extracção e ventilação, a iluminação, o pavimento, casas de banho, bem como toda a área relativa à saída de emergência. Uma lista a que deverá corresponder “um ano de obra”.
Uma questão que está ultrapassada é a viabilidade técnica do equipamento, a qual chegou a ser posta em causa devido a dúvidas de que os motoristas tivessem ângulos de manobra suficientes. Mas um teste, realizado no ano passado com autocarros da Vimeca, terá dissipado essas incertezas.
Todavia, as dificuldades não se ficam pelo milhão de euros em falta para concluir as obras.
“Depois da construção põe-se outro problema que é o custo da manutenção e da gestão, mas penso que os operadores estariam disponíveis para pagarem uma renda para comparticipar esses custos (como sejam a limpeza, gastos energéticos, vigilância…)”, disse Paulo Vistas, admitindo, porém, que esses acordos ainda não foram alcançados.
De resto, já no início deste ano, em sessão da Assembleia Municipal de Oeiras, foi reconhecido que “tem sido difícil chegar a entendimento com os diversos operadores de transportes”, sendo que a Vimeca teria mesmo dado conta do seu desinteresse numa eventual concessão. As conversações iriam continuar, mas, infelizmente para os passageiros, certo é que ainda não chegaram a bom termo.
Jorge A. Ferreira