A Assembleia Municipal de Sintra aprovou o relatório de contas do município referente a 2012, documento que aponta para uma taxa de execução de receita de 92,% e de despesa de 85%.
O relatório de gestão de 2012 – ano em que a autarquia eliminou as dívidas em atraso a fornecedores - foi aprovado na noite de terça-feira com votos a favor da Coligação Mais Sintra (PSD/CDS-PP), da CDU e do Bloco de Esquerda e com a abstenção do PS.
De acordo com o documento aprovado, a Câmara de Sintra fechou o ano de 2012 com uma receita total cobrada de 195,9 milhões de euros (acréscimo de 6,3 milhões face ao ano anterior) e de 183,8 milhões de euros de despesa (acréscimo de 9,7 milhões).
O município eliminou as dívidas em atraso, tem por pagar 2,1 milhões de euros a fornecedores cujo prazo ainda não venceu e a divida a bancos atinge os 81,6 milhões de euros, a maior parte por empréstimos a 20 anos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Fernando Seara - que cumpre o terceiro e último mandato à frente da autarquia - afirmou que é com grande "satisfação" que deixa "Sintra numa boa situação financeira".
"Deixo Sintra numa boa situação financeira, com pagamentos a 27 dias, o que é extraordinário. As contas são saudáveis, representam esforço financeiro e significam taxas de execução expressivas", disse Fernando Seara, acrescentando que a estratégia do município passou por criar condições para que as atividades económicas privadas que tenham relações com a Câmara não fossem afetadas.
Durante a discussão do tema na Assembleia Municipal, a líder de bancada do PS, Piedade Mendes, criticou os números apresentados pelo executivo do PSD e CDS-PP.
"Os 85% [de despesa] são o resultado de uma média aritmética que junta os pagamentos do pessoal, naturalmente, os pagamentos ao Estado, obviamente pagos, e os juros pagos pelos empréstimos contraídos, que remédio, com outras despesas correntes que ficam muito aquém da execução esperada", disse.
Piedade Mendes criticou ainda a execução de despesa na ação social, considerando que foram atribuídos apenas 1,9 milhões de euros nesta área e que foram cumpridos apenas 74%, números que considera que mostram "a insensibilidade" deste executivo "para com os problemas sociais que existem" no município.