Força Aérea diz que é viável um terminal para voos civis na base do Montijo

A Força Aérea Portuguesa (FAP) considerou hoje que a base aérea do Montijo reúne as condições para receber um terminal para voos civis, à semelhança do que já acontece com a base aérea de Beja.
 
“A Força Aérea considera que a eventual abertura da Base Aérea n.º 6 [no Montijo] ao tráfego civil, bem como a utilização comum das respetivas infraestruturas aeronáuticas, tem viabilidade”, diz a instituição militar, depois de questionada pela agência Lusa sobre se o Montijo reúne as condições para receber um futuro terminal civil, como já acontece em Beja.
 
A FAP informa que os contactos e as reuniões com a ANA-Aeroportos de Portugal, comprada pelo grupo francês Vinci, relativos à possibilidade da abertura da Base Aérea do Montijo às companhias aéreas de baixo custo (‘low cost’), tiveram início há cerca de dois meses.
 
A instituição diz ainda que, até ao momento, os contactos existentes com a ANA “se referem apenas à eventual abertura da Base Aérea n.º 6 ao tráfego aéreo civil", não tendo sido abordadas outras hipóteses, como a Base Aérea de Sintra ou Alverca, contempladas no estudo pedido pelo Governo para a viabilidade de instalação de um aeroporto complementar ao Aeroporto da Portela (Portela+1).
 
A Força Aérea acrescenta que “as reuniões e as visitas de trabalho já efetuadas têm como pressuposto as conclusões de estudos anteriores”, sem, no entanto, confirmar se os mesmos têm por base o relatório Portela+1, o qual ainda não foi divulgado publicamente, e que tinha conclusão prevista para abril de 2012.
À pergunta sobre se está a ser discutida a possibilidade de o Aeroporto Militar de Figo Maduro vir a ser desativado no futuro para parqueamento de aviões, tendo em conta a crescente falta de espaço no Aeroporto da Portela, a FAP diz que a intenção não é prioritária.
 
“A Força Aérea manterá sempre uma atitude positiva face à análise de qualquer opção, salvaguardando naturalmente o cumprimento da missão que lhe está legalmente atribuída. Atualmente, a hipótese mencionada não parece ser prioritária”, explicou a instituição militar.
 
Por seu lado, contactada pela Lusa, a ANA refere, por escrito, que, nesta fase, não irá pronunciar-se sobre ambas as situações. “Estamos numa fase de estudos e análises, não havendo ainda qualquer decisão tomada, pelo que é extemporânea qualquer declaração”, justificou.
 
O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta (PS), confirmou que se reuniu com a ANA para discutir a hipótese de um novo aeroporto para os voos ‘low-cost’ na base local, referindo que concorda mas como solução provisória.
 
“O novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete é estratégico e tem uma importância muito grande para que Portugal se possa afirmar como uma plataforma atlântica de ligação aos Estados Unidos. Acredito nesta solução, mas também me agrada uma solução provisória na base aérea”, disse em declarações à Lusa.
 
O autarca explicou que a ANA está a estudar a hipótese da Portela + 1 devido à evolução do número de passageiros, referindo que “estão muito inclinados para a hipótese Montijo”.
 
O presidente da câmara disse ainda que caso a solução se confirme, existem algumas exigências que a autarquia vai fazer, entre as quais acessibilidades, como a conclusão da circular externa do Montijo e uma nova ligação direta à ponte Vasco da Gama.