A presidente da Junta de Freguesia da Venteira, Amadora, mostra-se preocupada com as situações de violência entre jovens nas imediações da escola Seomara da Costa Primo, adiantando que a zona nunca foi considerada insegura.
"É preocupante e lamentável. Moro há 40 anos na Amadora e não me lembro de situações destas, pelo menos nos últimos anos, em escolas. Esta é uma zona que nunca foi considerada pouco segura", disse Carla Andrade Neves à agência Lusa.
A autarca frisou que as duas recentes situações de esfaqueamentos junto ao estabelecimento escolar nada têm a ver com a escola, apesar do estabelecimento ter sido o local onde os dois jovens agredidos procuraram auxílio.
Carla Andrade Neves adiantou que o estabelecimento escolar é servido pelo projeto da PSP Escola Segura, e que, até às recentes situações, não apresentava problemas de segurança.
A 06 de junho, um jovem foi esfaqueado mortalmente junto à escola secundária, num caso de alegadas rixas entre grupos rivais de bairros da Venteira e de Queluz, no concelho de Sintra.
Um outro jovem, aluno do estabelecimento escolar, foi ontem (dia 26) esfaqueado junto à escola secundária quando se encontrava junto a uma paragem de autocarros.
De acordo com a autarca, caso se constate que este é mais um caso a envolver rixas entre grupos, a PSP deve reforçar o número de polícias na zona.
Entretanto, o Agrupamento de Escolas de Amadora Oeste informou que está a articular com as entidades competentes o reforço da segurança junto à Escola Secundária de Seomara da Costa Primo, após o esfaqueamento de um aluno.
"A direção está em articulação com as entidades competentes para reforço da segurança da zona envolvente à escola. Ao aluno [de 19 anos] apresentamos os nossos votos de uma rápida recuperação", sublinha o agrupamento escolar, em comunicado enviado à agência Lusa.
"O jovem encontrava-se numa paragem de autocarro nas imediações da escola quando foi abordado e esfaqueado por um grupo de indivíduos desconhecido. De seguida, o aluno percorreu mais de 100 metros, sozinho e pelo próprio pé, até à porta da escola para pedir socorro", explicou anteriormente à Lusa, Rui Fontinha, presidente da Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de Escolas de Amadora Oeste.
A situação ocorreu cerca das 16:00, e o estabelecimento de ensino chamou então o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e as autoridades policiais, tendo prestado os primeiros socorros ao aluno, que foi depois transportado para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Numa nota enviada à Lusa, o Ministério da Educação e Ciência "lamenta o ocorrido", acrescentando que "está a acompanhar a situação através da Direção Geral de Estabelecimentos Escolares".
Fonte policial contactada pela Lusa admitiu a possibilidade de a situação de hoje se relacionar com os acontecimentos de 06 de junho quando Lainine Sanches, de 20 anos, morreu na sequência de desacatos no mesmo local.
Nesse mesmo dia a PSP identificou três jovens que supostamente estiveram envolvidos nos confrontos.