Três dezenas de funcionárias de limpeza na Câmara de Cascais concentraram-se hoje à porta da autarquia, por não poderem entrar ao serviço, devido à rescisão do contrato entre a câmara e a empresa privada a que pertencem.
A Câmara de Cascais rescindiu o contrato com a empresa privada "Number One", à qual pertencem as funcionárias da limpeza, por alegado incumprimento de algumas obrigações.
Na sexta-feira, a autarquia comunicou às trabalhadoras que teriam de assinar novo contrato com a empresa municipal Cascais Próxima, mas algumas não o fizeram e por isso, na segunda-feira, foram impedidas de entrar ao serviço.
Licínia Cardoso, trabalhadora da limpeza há mais de 20 anos, disse à agência Lusa que não concorda com o novo contrato proposto pela Câmara de Cascais.
"Querem tirar-nos a antiguidade, querem que comecemos do zero e ainda teríamos de estar 15 dias em experiência. Isto é uma injustiça e nós não aceitamos, por isso estamos aqui, prontas para entrar ao serviço, mesmo que a câmara não queira", afirmou.
Manuel Lopes, representante do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), foi ao final da manhã recebido pelo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, para novas negociações.
No final do encontro, o sindicalista adiantou que houve abertura da autarquia para defender os direitos das trabalhadoras e que "as coisas estão mais encaminhadas".
"Claro que a última palavra é das trabalhadoras e só elas decidem se querem ou não assinar o novo contrato, mas creio que as coisas agora estão mais encaminhadas. A outra empresa privada não lhes pagava os salários ou pagava com atraso e, pelo menos, a Câmara de Cascais compromete-se a pagar a tempo e horas", disse Manuel Lopes.
O sindicato vai comunicar às trabalhadoras o resultado da reunião com Carlos Carreiras.
Na segunda-feira, a Câmara de Cascais, numa nota escrita enviada à Lusa, disse "estranhar" a posição das funcionárias da limpeza, uma vez que o novo contrato mantém todos os postos de trabalho numa "situação contratual muito mais estável e que se traduz num contrato de trabalho que respeita a antiguidade na anterior empresa e com a garantia que recebem a tempo e horas".
"Porque mais não pode fazer pela defesa destes postos de trabalho, a Câmara Municipal mantém aberta a porta para que alguns dos colaboradores que ainda não decidiram se aceitam ou não as condições propostas, o façam", apela a autarquia.