A Associação de Futebol de Lisboa, que já tinha decidido suspender os campeonatos jovens, aprovou uma série de acções de protesto para as próximas três semanas, incluindo uma manifestação em frente à Assembleia da República.
A AFL luta contra a entrada em vigor, esta sexta-feira, de um decreto-lei que acaba com o policiamento obrigatório em jogos de iniciados e juvenis, defendendo que essas regras só deveriam ser aplicadas na próxima época, em 2013.
A concentração em frente às instalações da AFL, no Chiado, dia 24, à tarde, seguida de marcha até à Assembleia da República, é apenas a última das medidas de protesto aprovadas por unanimidade por 83 dos 222 clubes de Lisboa, hoje reunidos.
Nuno Lobo, presidente da AFL, explica que a luta começa já de imediato, com o site da associação a "ficar todo preto", o que "simboliza o luto institucional do futebol amador de Lisboa". Todos os clubes são também convidados a participar, através de "um fumo preto em cada site".
Ao mesmo tempo, a AFL avança para o pedido de inconstitucionalidade do decreto-lei 216/2012 e, em três semanas, quer ter audiências com os grupos parlamentares, com as associações sindicais da PSP e da GNR e ainda com a FPF.
Pede-se também aos pais dos jovens "afectados pela suspensão" que enviem mails e cartas para o Ministério da Administração Interna e para a FPA, "demonstrando a sua preocupação pessoal".
Já para o próximo fim de semana (10 e 11), Nuno Lobo pede "um silêncio ensurdecedor" em todos os campos e pavilhões, convidando a comunicação social a ver como ficam os recintos vazios.
"Serão 450 jogos que não se realizam, com 25 mil crianças que ficam sem jogar", explica.
No dia 16, a partir das 15:00, a ideia é levar os jovens para jogar, durante uma hora, à frente do MAI, devidamente equipados, após o que se dirigirão, a pé, do Terreiro do Paço para a sede da FPF, perto do Largo do Rato.
Tanto para os jogos de futebol "à porta do MAI", como para a ida a São Bento, no dia 24, Nuno Lobo espera "uma adesão muito participada", envolvendo pelos menos cinco mil pessoas.