O conselho de administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, nega que a morte de um doente que esteve três horas à espera de atendimento médico no serviço de urgência esteja relacionada com o tempo de espera.
"O doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte", refere, em comunicado, a administração do Hospital Garcia de Orta, no distrito de Setúbal.
"A inquirição desenvolvida concluiu que o tempo de espera não influenciou o desfecho final, nem influenciaria mesmo que, em vez de ter esperado três horas, tivesse esperado apenas uma hora, de acordo com as recomendações da triagem de Manchester", acrescenta o comunicado.
Um homem com cerca de 60 anos, que recebeu uma pulseira amarela na triagem, morreu no dia 11 de janeiro no serviço de urgência do Garcia de Orta depois de ter estado três horas à espera de atendimento médico, mas a administração do hospital assegurou logo que "foram prestados todos os cuidados que numa situação deste tipo são considerados adequados".
O conselho de administração salienta, no entanto, que o processo de inquérito foi enviado a todas as instâncias inspetivas e judiciais com competência na matéria, para conhecimento ou eventual investigação, designadamente à Inspeção Geral de Saúde, à Entidade Reguladora da Saúde, ao Ministério Público, à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Enfermeiros.