O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse hoje ser necessário aumentar a fiscalização e as ações de sensibilização junto dos jovens para diminuir a sinistralidade rodoviária.
O governante falava na sede da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), em Oeiras, onde hoje foi lançada a edição de 2016 do programa de segurança rodoviária “BP Segurança ao Segundo” e foram apresentadas as estatísticas da sinistralidade rodoviária envolvendo os jovens.
Segundo o secretário de Estado, é necessário apostar na fiscalização em meio urbano já que a grande maioria de acidentes mortais que envolvem jovens ocorrem em meio urbano.
Defendeu igualmente a aposta na sensibilização em relação ao consumo de álcool.
A este respeito, Jorge Gomes anunciou que será realizada em breve uma “grande ação” de sensibilização com forças de segurança junto a estabelecimentos noturnos frequentados por jovens para os sensibilizar para os perigos do álcool e impedi-los de conduzirem, sem que sejam multados, caso apresentem taxa de alcoolemia superior à permitida por lei.
Questionado sobre o Plano de Segurança Rodoviária 2016-2020, Jorge Gomes disse que em março ou abril já deve estar concluído o documento base do plano.
Relativamente à sinistralidade, o secretário de Estado sublinhou ainda a importância de os municípios elaborarem planos municipais de segurança rodoviária, uma vez que “continua a haver muitos mortos em meio urbano, inclusive nas passadeiras” para peões.
Por seu turno, o presidente da ANSR, Jorge Jacob, disse que o organismo vai continuar a apostar na prevenção, já que o “ótimo” seria ter “zero mortes” devido a acidentes”.
Embora os números da sinistralidade rodoviária tenham registado uma diminuição, nos últimos anos, Jorge Jacob disse que o número de mortes ocorridas no hospital aumentou 32% em 2014.
Lembrou ainda que a sinistralidade em meios urbanos é um problema que permanece, sublinhando haver ainda “um longo caminho a percorrer” para inverter esta tendência.
Quase 380 jovens morreram em acidentes rodoviários entre 2010 e 2014, representando 10 por cento do total das vítimas mortais, revelou hoje pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
Entre 2010 e 2014, os acidentes rodoviários provocaram entre os jovens 378 vítimas mortais, 1.575 feridos graves e 28.895 feridos ligeiros, tendo a sinistralidade deste grupo etário um custo económico e social estimado em 1.159 milhões de euros.
As estatísticas da ANSR indicam também que o risco de morte em acidentes de viação dos jovens entre os 18 e os 24 anos foi cerca de 30 por cento superior ao da restante população e 51 por cento dos mortos e feridos graves resultaram de despistes, seguido de colisões (48%).