Governo garante apoio a instituições que trabalham com doentes com VIH

O Governo garantiu hoje financiamento às instituições que trabalham com doentes com VIH e que corriam o risco de ficar sem apoio social a partir de janeiro, disse à Lusa o presidente da associação Abraço.
 
No final do mês passado, foi conhecida a difícil situação das instituições que trabalham com perto de 1.500 doentes com VIH em situação de elevada dependência, que precisam designadamente de apoio domiciliário ou que estão acamados em unidades residenciais.
 
Gonçalo Lobo explicou à Lusa, na altura, que oito instituições, com dez projetos, ficavam sem financiamento no final do ano, já que o programa de financiamento contemplava quatro anos que terminavam nessa altura. Seria necessário abrir novo concurso público, impraticável por não haver Orçamento do Estado.
 
Hoje, após uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, o responsável da Abraço disse à Lusa que foi decidido fazer adendas ao atual contrato, até que seja aberto novo concurso para quatro anos.
 
“Pensa-se que o concurso possa ser aberto em março ou abril”, disse Gonçalo Lobo, satisfeito com a “resposta célere” e “sensibilidade para a questão” por parte do Governo.
 
“Sabíamos que tinha de ser uma resposta rápida” e, no futuro, "será contratualizado para respostas a longo prazo”, disse Gonçalo Lobo, lembrando que o ministro da Saúde já se tinha mostrado sensibilizado para a questão, assim como o diretor-geral da Saúde.
 
Segundo dados recolhidos pela Abraço, sete instituições que operam nas regiões de Lisboa, Porto, Amadora, Odivelas e Cascais – Abraço, Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS), Sol, Positivo, Ser+, AJPAS e Passo a Passo – prestam apoio social a 1.492 doentes com VIH Sida, entre os quais 14 crianças na associação Sol.
 
Sem financiamento em causa ficavam também uma centena de funcionários – 59 contratados e 41 em regime de prestação de serviços – a quem as associações não saberiam o que fazer.
 
Na dependência da LPCS estão 629 utentes que corriam o risco de ficar sem respostas sociais, problema extensível aos 165 utentes ajudados pela Abraço.