O festival da sustentabilidade volta ao Estoril para recordar "o poder" de cada cidadão para mudar comportamentos, proteger o ambiente e a saúde, com iniciativas que vão desde rastreios à diabetes a uma feira de organizações não governamentais.
Um dos temas em destaque na 8.ª edição do Greenfestival, que decorre de 08 a 11 de outubro, no Centro de Congressos do Estoril, é a sustentabilidade da saúde com a chamada de atenção para o aumento da diabetes tipo II, relacionada com o estilo de vida, e para a possibilidade de prevenir o problema.
Outra novidade do Greenfest, que é hoje apresentado em Lisboa, é a primeira feira internacional de Organizações Não Governamentais (ONG), que vai juntar 120 destas entidades, de seis países, incluindo Portugal, iniciativa apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
"São muitas as atividades [desenvolvidas por] estas organizações, que cobrem variadas áreas em termos geográficos e de natureza da atividade, do apoio a crianças a idosos a carenciados, solidariedade social, preocupações ambientais", disse hoje à agência Lusa o mentor da Greenfest, Pedro Norton de Matos.
Como em todas as edições, estão representados os três pilares da sustentabilidade, as vertentes ambiental, social e económica, mas este ano o tema é a cidadania ativa.
"É através de desejáveis mudanças comportamentais que poderemos fazer a gestão dos ativos do planeta, - ambientais, sociais e económicos - de uma forma mais justa e equilibrada", resumiu Pedro Norton de Matos.
No âmbito de um protocolo com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, serão realizados rastreios, "levantamentos de perfis de risco e chamadas de atenção para o estilo de vida que tem a ver com esta doença", referindo a importância de perceber o impacto económico, social e ambiental do problema.
E fala de um estilo de vida saudável, de hábitos alimentares corretos e da prática de exercício físico, preferencialmente em espaços verdes e sem poluição, e serão feitos rastreios de visão, de audição e de pele, para chamar a atenção para o papel da gestão da saúde, que "começa em cada um de nós [o que] faz parte de uma cidadania ativa", disse Pedro Norton de Matos.
Sob o slogan "'temos o poder' de agir, de fazer a diferença, de ajudar, de sorrir, de mudar os comportamentos e de ajudar o mudar o mundo", o Greenfestival reúne iniciativas muito variadas, com conteúdos dirigidos a todos os grupos etários, dos bisavós aos bisnetos.
Nos dias dedicados ao mundo empresarial, haverá conferências, seminários e mostras das práticas dos vários setores na área da sustentabilidade.
Pedro Norton de Matos exemplifica com o trabalho de empresas como EDP, Simens, Soporcel-Portucel, REN , Nestlé ou Unilever, que desenvolveram conteúdos próprios, com mensagens adequadas às diferentes faixas etárias sobre sustentabilidade energética, cidades inteligentes ou defesa de espécies autótones.
São esperados cerca de dois mil alunos, assim como professores, do 1.º, 2.º e 3.º ciclos e do secundário, que vão ter contacto com os temas da sustentabilidade, enquanto os universitários têm um espaço novo (a cidade universitária).
Depois dos 25 mil visitantes da edição de 2014, Pedro Norton de Matos espera que, este ano, outra novidade também faça a diferença. Trata-se do projeto de criação de cenários com materiais usados, "lixo" não convencional recolhido pelos serviços da Câmara Municipal de Cascais, para fomentar a reutilização.