“Houve uma mudança ao nível da nutrição”

Ágata Roquette lança ‘A Nova Dieta

A nutricionista Ágata Roquette lançou um novo livro, uma sequela da ‘Dieta dos 31 Dias’ publicada em 2012, porque muita coisa mudou ao longo destes cinco anos. Mas, mantém-se ‘o dia da asneira’, uma vez por semana...
 
“Nestes cinco anos, houve uma mudança grande ao nível da nutrição e da introdução de novos produtos: a quinoa, a manteiga de amendoim, as sementes de chia”, explica esta licenciada em Nutrição e Engenharia Alimentar, que desvenda, neste seu novo livro, algumas dicas, menus semanais e mais de cinco dezenas de novas receitas para que seja possível perder peso, mas “sem passar fome”, “sem desistir a meio” e “com resultados visíveis”.
A base da dieta mantém-se com o pão ao pequeno-almoço, a proibição de hidratos de carbono às refeições principais e aquilo que Ágata Roquette apelida de ‘dia da asneira’, em que se pode comer o que desejar, para, no fim de contas, olhar para a balança e verificar que se perdeu 3 a 5 quilos, no caso das mulheres, e 5 a 8 quilos, nos homens.
Como se deve combinar uma alimentação saudável com a prática de exercício físico, ‘A Nova Dieta dos 31 Dias’ também revela alguns truques alimentares para “pré e pós-treino” e “novas dicas para um espírito mais calmo e procurar que as pessoas não desistam, mesmo que tenham uma semana com três eventos, tal como aconselho aos meus pacientes”.
Com consultas de nutrição no Estoril (Cascais) e no Saldanha (Lisboa), Ágata considera, pela amostra de quem a procura, que “os homens são muito determinados e fazem a dieta à risca, enquanto as mulheres, muitas vezes,  vão experimentar mais uma nutricionista. Nós somos mais ansiosas, mais hormonais e vingamo-nos mais na comida”.
Em relação ao ‘dia da asneira’, a nutricionista dá liberdade de as pessoas comerem aquilo de que têm saudades, nas quatro principais refeições (pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar), mas “não é para abusar o dia todo, de hora a hora, a comer alimentos menos saudáveis”. Ao almoço, por exemplo, Ágata escolheria o seu prato favorito, Bacalhau à Brás,  e aconselha um jantar com amigos. Comer mais vezes ao longo do dia e refeições menos pesadas é a receita certa? Ágata Roquette responde que “há muitas teorias, mas eu aconselho aos meus pacientes que vão ‘picando’, pela ansiedade do dia e excesso de trabalho, por isso o que eu aconselho é encher a lancheira”.
“As pessoas devem petiscar ao longo do dia, mas não ponho horas, não têm de comer às 11h00 ou às 15h00, porque, se eu puser horas, é mais um stress para a dieta”, salienta, dando conta que, assim, “a pessoa tem uma lancheira para gerir ao longo do dia”, até porque a vontade de comer também resulta da parte psicológica: “Podemos ter lanchado às três da tarde, qualquer coisa da lancheira e, depois às quatro, chateamo-nos com alguém e temos de ir comer outra vez e não estamos com fome nenhuma”. Ao chegar a casa, “também há a ‘hora do lobo’, por volta das sete e meia,  enquanto o jantar não está pronto, e aquilo, muitas vezes, não é fome, é ansiedade com cansaço”.
“Para comer ao longo do dia, temos uma fruta, um iogurte, queijo, frutos secos, ovo cozido, cenoura, gelatina se for preciso, ou seja, temos muita coisa para comer”, revela Ágata Roquette, para quem o pão está reservado para o pequeno-almoço ou antes de um treino. De resto, são muitas as sugestões para a primeira refeição do dia, como pudim de chia, panquecas de aveia e outros alimentos que, há cinco anos, não estavam na boca dos portugueses. Já  a proibição de hidratos de carbono é, logo de início, absoluta na refeição da noite.
A época que passou é propícia a excessos, mas também um dos votos, ao comer as 12 passas, é que o novo ano seja sinónimo de uma dieta. A nutricionista tem consciência que, nestes últimos dias, a perda de peso é quase impossível porque são palco de muitos eventos natalícios e a tentação é grande. “O que aconselho é, a partir de dia 2 de Janeiro, começar bem direitinho”, salienta. 
Ao contrário da opinião da maioria das pessoas, Ágata Roquette considera que manter o peso é o mais fácil. “Quem conseguir fazer os primeiros 31 dias, é o primeiro passo”, sublinha a nutricionista, para quem, ao fim dos três primeiros dias, a pessoa “já começa a controlar o que come sem ser comandada”. Perder três/quatro quilos num mês pode “ser um passo para os 15/20 quilos que faltam”.
Algumas das dicas da nutricionista, que tem 36 anos e dois filhos, foram experimentadas na primeira pessoa, já que, nos seus tempos de faculdade, chegou a pesar 90 quilos e, desde então, perdeu 25, com um peso que mantém há dez anos. “Eu era muito magra, era atleta de alta competição, e quando parei no 12.º ano, engordei 32 quilos, passei dos 58 para os 90. Andei sete anos nesta onda de distúrbio alimentar grave, com bulimia, com uma relação muito má com a comida, e, depois, houve ali um clique, em termos pessoais, e também comecei a ter sucesso a nível profissional”, relata Ágata Roquette.
Com 230 mil exemplares vendidos, a nutricionista conta com seis livros publicados, já que, para além da ‘Dieta dos 31 Dias’ e da nova obra, lançada em Novembro com edição de ‘A Esfera dos Livros’, também já escreveu ‘A  Comida dos Miúdos Cá da Casa’ e as suas “Regras de Ouro’, e, desde 2012, notou “diferenças na nutrição, a evolução para o natural, as pessoas muito mais preocupadas com a a alimentação saudável”. No entanto, reconhece, a obesidade continua a ser um problema sério e desde tenra idade. “Em caso de dúvida, para um lanche de escola, é sempre melhor o pão do que produtos empacotados, mas também podemos  recorrer a muffins e queques saudáveis, assim como barras de frutos secos. Fruta, pão e iogurte são três elementos essenciais”, aconselha a nutricionista, que considera importante a prática de exercício físico e lamenta que o ‘fast food’ tenha deixado de ser ocasional e  cada vez mais frequente.
 
João Carlos Sebastião 
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lança ‘A Nova Dieta
dos 31 Dias’