Mais segura e mais funcional, com o conta-quilómetros a zero, a nova Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital Fernando Fonseca (HFF), na Amadora, está pronta a cumprir, agora em melhores condições, a principal missão destas ambulâncias: salvar vidas.
A nova VMER foi entregue ao HFF no âmbito de uma cerimónia, realizada neste hospital, no passado dia 20 de Novembro, e que englobou a atribuição de um total de 22 viaturas deste tipo a 21 instituições hospitalares de todo o país. Desta forma, ficou praticamente concluído o processo de renovação da frota destes veículos de intervenção pré-hospitalar (composta por 44 unidades), o qual foi iniciado em Novembro do ano passado com a aquisição de um lote de 20 novas ambulâncias e que, no total, implicou um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros.
A anterior VMER, colocada ao serviço do HFF em Março de 2016 para servir, sobretudo, as populações de Amadora e Sintra, registou ao final de um ano de actividade 3.709 saídas, o que “é considerado, a nível nacional, uma das VMER com mais actividade, no top das cinco primeiras”, como frisou ao JR Francisco Roxo, presidente do conselho de administração do HFF. Segundo especificou, Sintra foi o concelho com o maior número de saídas nos últimos 11 meses e a Amadora surge logo a seguir, mas a viatura agora substituída, já com mais de 300 mil quilómetros e que será devolvida ao INEM, para provável abate, também acorreu a situações de emergência em Oeiras e noutros concelhos vizinhos. “Na previsão para final deste ano pensamos que ficará entre 3.700 e 3.800 saídas, o que é, indiscutivelmente, um número muito importante na medida em que é uma percentagem significativa de vidas salvas”, salientou Francisco Roxo.
Sobre a nova viatura, o presidente do Hospital Amadora-Sintra destacou que, “do ponto de vista técnico, há uma melhoria significativa, nomeadamente ao nível da sua qualidade, do peso e da inerente estabilidade, e da segurança”.
“Vai ser equipada com tudo o que tinha a anterior, mas terá maior funcionalidade até porque os tripulantes foram ouvidos quanto à capacidade de instalar e alterar algumas componentes”, acrescentou.
A este propósito, um dos operacionais destas ambulâncias presentes na cerimónia, do Hospital Senhora da Oliveira (Guimarães), concretizou ao JR que as viaturas agora entregues “são melhores, desde logo, a nível da georeferenciação – já vêm com GPS incorporado, enquanto nas anteriores o pessoal comprava por si os GPS, daqueles comerciais, para conseguirem orientar-se adequadamente – e também as comunicações são mais eficazes”.
Ainda segundo Francisco Roxo, a nova VMER implicará um acréscimo “mas pouco significativo“ da despesa mensal em relação ao custo da anterior – que era de cerca de cinco mil euros – pelo facto de ficar por conta do HFF a despesa com seguros e outros gastos inerentes à passagem da titularidade das viaturas do INEM para as unidades hospitalares, que passam a efectuar directamente a aquisição, de acordo com o novo modelo de aquisição e gestão da frota VMER. Este modelo, definido em Abril passado, estabelece, ainda, que “cabe ao INEM subsidiar a compra e coordenar toda a actividade de gestão e operação conjunta da VMER, e aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde assegurar a tramitação dos procedimentos de aquisição, centralizando o processo em nome dos hospitais”.
”Centenas de milhares
de quilómetros”
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, acentuou que “o INEM é um motivo de orgulho para o SNS e os portugueses confiam no INEM”. Aquele responsável sublinhou que “o Governo tem tentado colmatar e resolver os principais problemas” do organismo que coordena o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM). Um desses problemas era a existência de “um parque extremamente envelhecido”, composto por “ambulâncias com mais de dez anos e centenas de milhares de quilómetros”, através do qual “não era possível garantirmos segurança e operacionalidade às equipas”.“No espaço de pouco mais de um ano conseguimos renovar a frota de VMER”, destacou Fernando Araújo, considerando que o investimento de 2,5 milhões de euros “é seguramente muito mais que despesa, é investimento nas pessoas”.
Por seu turno, o presidente do INEM, Luis Meira, começando por agradecer “à alma das VMER que são os seus operacionais” frisou que o serviço prestado “é fantástico e extraordinariamente importante para as populações”.
“Muitos dos melhores resultados que o SNS tem conseguido ao longo dos últimos anos tem seguramente a ver com aquilo que o SIEM tem conseguido fazer nomeadamente com os meios diferenciados colocados ao serviço das populações, onde as VMER têm, claramente, um papel de destaque e que com as suas quase 100 mil saídas anuais já salvaram muitas vidas e vão continuar a salvar”, enfatizou Luís Meira.
Jorge A. Ferreira