Clube promove jantar de angariação de fundos para fazer face a dívida bancária.
Depois de vários anos a conquistar troféus e a subir ao pódio das principais provas nacionais de atletismo, a JOMA – Juventude Operária de Monte Abraão enfrenta agora grandes dificuldades financeiras e está até na iminência de ter de fechar portas. Por isso, em conjunto com a Câmara de Sintra, Junta de Freguesia de Monte Abraão e com algumas empresas da região, o clube promove um jantar de angariação de fundos, a ter lugar no próximo dia 8 de Dezembro, no Salão Paroquial da Igreja de Nossa Senhora da Fé, em Monte Abraão.
Confrontado com "cada vez menos apoios e patrocínios", o clube liderado por João Pedro Cardoso quase não tem dinheiro para as despesas correntes, muito menos para fazer face a um empréstimo bancário contraído há cerca de sete anos. "Na altura, tínhamos a promessa de um subsídio que não se concretizou e contraímos o empréstimo para fazer face a encargos com a nossa actividade desportiva. Restam 70 mil euros para amortizar, mas as prestações mensais que temos de suportar asfixiam-nos por completo. Daí surgiu a ideia de organizar um jantar de angariação de fundos, onde temos o objectivo de alcançar uma verba entre 3 a 5 mil euros", refere o carismático dirigente.
João Pedro Cardoso admite que, "no actual estado de coisas", para além da perda constante de atletas, o JOMA "corre o risco de fechar portas", pois "as receitas são cada vez mais escassas". "Sporting e Benfica levaram-nos os melhores atletas, por não termos condições financeiras para os manter aqui. Orgulhamo-nos de ter visto em Londres quatro atletas olímpicos formados na JOMA, mas lamentamos que o trabalho de formação feito ao longo de 20 anos tenha sido posto em causa", acrescenta.
É que, para além da débil situação financeira, o clube de Monte Abraão continua sem instalações próprias para o treino e formação dos seus atletas desde que caducou o protocolo de utilização da pista de atletismo do Real Sport Clube, situada na mesma freguesia. João Pedro Cardoso admite que "sem instalações próprias é difícil dar sequência ao trabalho efectuado". O presidente do JOMA continua a não compreender por que razão está o clube a treinar numa pista de atletismo situada no concelho vizinho, quando tem uma "ao pé da porta, sem qualquer utilização". "Há três anos, fomos postos na rua. Tudo porque a Câmara de Sintra não salvaguardou os seus interesses, quando construiu a pista e nada escreveu sobre a utilização da mesma por parte do JOMA. Havia um protocolo que caducou e não foi renovado".
Agora a esperança reside na construção de uma nova pista, no campo do Ginásio de Agualva, e de uma outra pista técnica na Escola Ruy Belo. "Esperamos que essas promessas se concretizem para podermos retomar o nosso trabalho na formação", concluiu João Pedro Cardoso.
O presidente do JOMA deixa ainda um apelo para que todos os amigos do clube participem no jantar de angariação de fundos do próximo dia 8, com inscrições pelo telefone: 309 875 430 ou pelo e-mail: geral@clubejoma.com.pt. A festa reserva enormes surpresas, com fados, danças sevilhanas, entre outros motivos de animação.