O início do julgamento de 13 polícias de Cascais, 14 civis e uma empresa, agendado para hoje, foi adiado para 14 de abril por pedido dos advogados, que alegaram não ter sido corretamente informados do calendário do processo.
Os 28 arguidos vão ser julgados por segurança privada ilegal, tráfico de droga e de armas, extorsão, corrupção e coação, entre outros crimes.
Entre os arguidos estão nove agentes, dois comissários, um subcomissário e um chefe da PSP, colocados na Esquadra de Investigação Criminal de Cascais, à data dos alegados factos.
São ainda arguidos dois guardas prisionais, um dos quais já aposentado, um advogado, um oficial da justiça, dois empresários, um produtor de televisão e uma empresa de segurança privada.
A pronúncia, proferida em abril de 2014 e a que a agência Lusa teve acesso, frisa que os arguidos, enquadrados em funções na Polícia de Segurança Pública (PSP), estavam organizados “em grupo para a prática ilegal" de segurança privada, nomeadamente em locais de diversão noturna.
O despacho de pronúncia acrescenta que, por vezes, alguns arguidos abordavam os cidadãos que se dirigiam à esquadra para apresentarem queixas e/ou denúncias e ofereciam-lhes os seus préstimos na resolução dos problemas, a troco de quantias monetárias.
"Para este efeito, os arguidos propunham-se agredir e ameaçar os indivíduos e informavam os eventuais clientes que, em tribunal, as questões demoravam muito tempo a serem resolvidas", sustenta a pronúncia.