O presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica acusa a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de não ter depositado areia nas praias a norte, onde o mar galgou os molhes e provocou estragos na madrugada de domingo.
José Carlos Martins disse à Lusa que os estragos no paredão e em estabelecimentos de restauração têm "a ver muito com o não enchimento de areia" desde a praia do CDS até à do Norte, que "estava previsto para ser feito no início do verão e não aconteceu".
O autarca salientou que "os danos avultados" naquela parte do paredão têm ocorrido desde o início do ano e frisou que "alguém tem de ser chamado à responsabilidade", pois, acentuou, "quem deveria ter feito o enchimento seria a APA, com a cooperação com o Porto de Lisboa".
O presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica referiu que dispõe de informação que a operação não foi realizada "por razões monetárias" e acrescentou que as praias, "em situação de emergência", necessitam de "um milhão de metros cúbicos de areia". "Toda esta zona norte da Costa da Caparica é de risco", disse, referindo que foi accionado o mecanismo da protecção civil.
Contudo, o cordão dunar da Costa da Caparica resistiu ao estado do mar na praia-mar de domingo à tarde e as previsões apontam para uma melhoria das condições meteorológicas nos próximos dias, informou o comandante adjunto da Capitania de Lisboa.
"Tudo indica que o pior já passou", disse Cruz Gomes à agência Lusa, convicto de que o estado do mar vai melhorar e que já não haverá risco de ruptura do cordão dunar das praias da Caparica nos próximos dias.
A previsão do estado do tempo "indica que o estado do mar vai ter uma melhoria, que as marés serão cada vez mais pequenas e que o vento também vai diminuir de intensidade a partir desta tarde", acrescentou, salientando que se trata de um cenário favorável, depois da forte ondulação do mar nos últimos dias.
Durante a tarde deste domingo ainda havia o receio de uma eventual ruptura do cordão dunar da Caparica, nas zonas onde se apresentava mais fragilizado devido às condições climatéricas adversas, mas esse cenário acabou por não se verificar.
Apesar das previsões favoráveis do estado do tempo, a Capitania do porto de Lisboa deverá manter a ordem de interdição à circulação de pessoas nas zonas mais perigosas da Caparica, pelo menos até segunda-feira.