A primeira unidade residencial de doentes de Alzheimer do país sem fins lucrativos entrou em funcionamento, em Alapraia, São João do Estoril, concelho de Cascais, e terá capacidade para 95 doentes.
Dois anos e meio depois de ter começado a ser construído, o Lar e Centro de Dia Casa do Alecrim está pronto para receber os utentes.
Segundo a presidente Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA), mentora do projecto, a obra pretende contribuir uma melhor qualidade de vida dos doentes.
"Contam-se pelos dedos os lares que existem para cuidar exclusivamente de doentes com alzheimer. Este será o primeiro sem fins lucrativos e queremos prestar cuidados específicos a pessoas com demência e promover actividades para que se possam sentir bem", disse Maria do Rosário dos Reis à agência Lusa.
Desta forma, e de acordo com a responsável, o espaço foi concebido a pensar nas pessoas com estas características e, por isso, "tem linhas simples que jogam com os elementos da natureza".
"Estamos a falar de pessoas que manifestam alguma desorientação no espaço e no tempo e que facilmente se confundem. O que vamos procurar é proporcionar um meio tão natural e familiar quanto possível e com muita luz", acrescentou Maria do Rosário.
Além disso, a presidente da APFADA sublinhou que "a regra principal é a ocupação das pessoas em actividades que sejam significativas", procurando conhecer a história dos doentes e "desenvolver actividades que vão ao encontro daquilo que lhes apetece fazer".
A "Casa do Alecrim", construída num terreno cedido pela Câmara de Cascais, implicou um investimento de cerca de dois milhões de euros, financiados pelo programa PARES, pela autarquia, entidades privadas e pela APFADA.
O novo equipamento terá valências de Centro de Dia, Serviço Domiciliário e Lar Residencial, tendo capacidade de acolher 95 pessoas, 30 das quais estarão em lar, 15 em centro de dia e 50 em serviço domiciliário.
A APFADA, fundada em 1988, é uma associação sem fins lucrativos, que possui diversas delegações a nível nacional, cuja missão é a recolha e divulgação de conhecimentos sobre a doença de Alzheimer, uma patologia neurodegenerativa progressiva e atinge em Portugal mais de 60 mil pessoas.
Além disso, preocupa-se com a promoção do estudo sobre esta doença e o desenvolvimento de formas de apoio financeiro e social aos indivíduos portadores desta patologia e seus familiares, designadamente através da criação e manutenção de equipamentos e serviços para acolhimento e apoio a doentes de Alzheimer ou demências afins.