Levantada interdição de banhos em praias da região de Lisboa

A Agência Portuguesa de Ambiente (APA) levantou hoje a interdição de banhos nas praias de Santo Amaro de Oeiras, Carcavelos, Torre e São João da Caparica, que tinha sido decidida depois de relatos de casos de irritação cutânea.
O levantamento da interdição foi decidido por não ter sido detetada uma relação causal entre a presença de microalgas e as situações de irritação cutânea que foram registadas em várias praias.
“Como esta relação não foi detetada, as autoridades (…) concluíram que se justifica o levantamento da recomendação de não ir a banhos”, afirmou o presidente da APA, Nuno Lacasta, numa conferência de imprensa realizada hoje em Lisboa.
A subida repentina das temperaturas e o “upwelling” (subida de águas profundas para junto da superfície com transporte de sedimentos, devido ao vento) favoreceram o surgimento destes microrganismos, mas aparentemente não são eles os responsáveis pelas comichões dos banhistas
“Continuaremos a monitorizar para tentar encontrar possíveis relações causa-efeito, é um processo interativo”, adiantou Nuno Lacasta, que não quis “especular” sobre eventuais explicações para o sucedido.
Admitiu, apesar de tudo, que os casos podem estar relacionados com um fenómeno desconhecido e que estará agora a encaminhar-se para Sul.
O responsável da APA garantiu que “não há contaminação nas águas da Grande Lisboa” e adiantou que continuam a ser recolhidas amostras em várias praias, nomeadamente Carcavelos, Santo Amaro de Oeiras, Torre, São João e CDS/São João da Caparica.
As situações de irritação cutânea começaram a ser detetadas na semana passada, em praias da costa do Estoril e foram sendo recolhidas diversas amostras, a partir do dia 10 de julho.
A prática de banhos pode ser retomada, ainda que ao abrigo de medidas de proteção, recomendando-se a lavagem com água doce para as populações mais vulneráveis, como crianças e pessoas com alergias.
Todas as situações anómalas devem ser notificadas aos nadadores-salvadores e à polícia marítima, salientou Nuno Lacasta.
“É muito importante recolher informação para continuar a monitorizar”, sublinhou.