Limitações a veículos GPL podem acabar

Limitações a veículos GPL podem acabar

A Associação Nacional de Instaladores e Consumidores de GPL (ANIC) pronunciou-se a favor do fim das limitações ao estacionamento subterrâneo de automóveis a gás, se houver inspecção periódica obrigatória.

Aquela associação foi hoje ouvida na Assembleia da República por um grupo de trabalho, criado pela Comissão Parlamentar de Economia, para preparar alterações à legislação em vigor para as viaturas movidas a GPL (mistura de propano e butano, capaz de se liquefazer a baixa pressão).

PS e CDS-PP apresentaram iniciativas legislativas no sentido de acabar com o dístico obrigatório para automóveis que usem GPL e com a proibição de estacionar em parques subterrâneos.

O objectivo do grupo de trabalho é preparar uma nova lei consensual entre os partidos, tendo em conta que o GPL é um combustível mais barato para o consumidor e menos poluente, cujo mercado não tem crescido por constrangimentos à sua utilização.

O presidente da ANIC, António Miguel Rodrigues, considerou que as limitações ao estacionamento e o dístico obrigatório (que poderá ser substituído por um "selo" no vidro da frente) "são duas pontas do iceberg" que limita a escolha dos automobilistas por carros a gás e é necessário um conjunto de acções para acautelar a segurança.

Conforme descreveu, entre os cerca de 40.000 automóveis que se estima circularem a GPL em Portugal, os que são anteriores a 2006 não cumprem os requisitos da legislação criada naquele ano e há uma "interpretação dúbia" na homologação de viaturas convertidas antes de serem matriculadas, pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT).

"Se um carro a GPL já vier transformado da Polónia é administrativamente homologado, enquanto se o sistema de GPL for montado cá já não é assim", exemplificou.

António Rodrigues considerou como questão central de segurança as viaturas estarem ou não dotadas do sistema multiválvulas, sem o qual "há um potencial de risco", insistindo que só os que o possuem devem ser autorizados a estacionar abaixo do solo.

"Preferimos que não seja deixado ao critério do utilizador [instalar ou não as multiválvulas para poder estacionar em subterrâneos] porque grande parte opta por não identificar a viatura. Cremos que haverá carros a GPL [sem o dístico] que estacionam em parques de estacionamento subterrâneos e não há registo de nenhum acidente", observou.

A solução que a ANIC aponta é que os centros de inspecção (IPO) passem a verificar também os sistemas de GPL, nos requisitos de inspecção periódica para todas as viaturas que utilizem dois combustíveis, e que seja dado o prazo de um ano aos automóveis que circulam a GPL sem multiválvulas, para as instalarem.