Lisbon & Estoril Film Festival começa neste final de semana

Desenhos trocados entre o artista David Hockney e o poeta Alberto de Lacerda, obras de Noronha da Costa e Isabel Zuzarte integram a programação de exposições do Lisbon and Estoril Film Festival, que começa na sexta-feira.

O festival vai decorrer até 18 de Novembro, com a exibição de filmes e a presença de convidados como o actor William Dafoe, os escritores Hanif Kureishi e Enrique Vila-Matas e o pianista Alfred Brendel.

Na programação paralela ao cinema, está prevista, no sábado, a inauguração, às 17h00, na Casa das Histórias, da exposição "There", com objetos e desenhos trocados entre Hockney (na foto) e Lacerda, quando se conheceram em Londres, onde o poeta português fixou residência.

David Hockney, actualmente com 75 anos, considerado um dos mais conceituados artistas britânicos, conheceu Alberto de Lacerda (1928-2007) nos anos 1960, numa altura em que o poeta português escrevia crónicas na BBC.

Lacerda, numa das suas crónicas, escreveu que o artista britânico lhe dava "uma sensação de plenitude, de felicidade e de realização”.

Iniciaram uma troca de correspondência e Hockney ofereceu-lhe alguns trabalhos, enquanto Alberto Lacerda comprou outros, estabelecendo assim as fundações de uma grande amizade.

Na altura da inauguração será lançado o catálogo “Hockney na Colecção Alberto de Lacerda”, organizado por Luís Amorim de Sousa, numa edição da Documenta.

Na sexta-feira, dia da abertura do festival de cinema, será também inaugurada, pelas 18h00, no Centro de Congressos do Estoril, a exposição "Noronha da Costa - A Representação das Imagens", com algumas das obras mais importantes do artista.

Nascido em Lisboa, em 1942, e licenciado em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, Noronha da Costa foi um criador multifacetado, dividido por várias artes, além da formação, como a pintura, a escrita, o cinema e a escultura.

A obra de Noronha da Costa é integrada na programação do certame, segundo a organização, devido à sua ligação ao cinema, na capacidade de “simular planos prontos a filmar, personagens dispostas em cena, retratos que precisam de ser focados com a lente correta”.

“A sua obra indaga o estatuto da imagem, a concentração perceptiva e a visão difusa sobre o reflexo e o especulativo”, escreveu sobre ele o crítico de arte Delfim Sardo.

"Cada um com a sua Ítaca", da fotógrafa portuguesa Isabel Zuzarte, é outra das exposições integradas no festival, prevista para inaugurar, também às 18h00 de sexta-feira, no Centro de Congressos do Estoril.

A obra de Isabel Zuzarte abrange desde a fotografia de moda, ao retrato e à fotografia documental.