Mãe atuou com 'especial perversidade' no caso das crianças de Caxias

O Ministério Público (MP) qualifica de "especial censurabilidade ou perversidade” a atuação da mãe das duas crianças levadas para o rio Tejo, junto à praia de Caxias, Oeiras, indica hoje uma nota divulgada pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
 
“Os elementos probatórios reunidos indiciam a prática de dois crimes de homicídio qualificado cometidos em circunstâncias reveladoras de especial censurabilidade ou perversidade, como sejam a qualidade de progenitora das menores, e a muito especial fragilidade e vulnerabilidade das vítimas motivada pela sua tenra idade (3 anos e 20 meses), e inerente impossibilidade de se defenderem”, refere a PGDL na sua página da internet.
 
A bebé morreu e a irmã de 3 anos continua desaparecida desde a noite de segunda-feira. O alerta foi dado por uma testemunha que viu uma mulher sair da água, em pânico e em avançado estado de hipotermia, a afirmar que as suas duas filhas estavam dentro de água.
 
A criança de 20 meses foi resgatada e alvo de tentativa de reanimação, mas sem sucesso.
 
A mãe foi internada no Hospital de Santa Maria e posteriormente detida pela Polícia Judiciária após ter alta hospitalar.
 
Depois de presente a primeiro interrogatório judicial, na quarta-feira, no Tribunal de Cascais, o juiz de instrução criminal aplicou à arguida a medida de coação de prisão preventiva, indiciada por duplo homicídio qualificado.
 
A investigação está a cargo do Ministério Público de Oeiras, no Departamento de Investigação e Ação Penal, e o processo encontra-se em segredo de justiça.
 
As buscas para encontrar a criança desaparecida foram retomadas às 07:30 de hoje, pelo quarto dia consecutivo, disse à agência Lusa Malaquias Domingues, comandante da Capitania do Porto de Lisboa.