Os maquinistas do Metro Sul do Tejo (MST) entraram em greve esta segunda-feira e vão manter a acção de protesto até sexta-feira, nos períodos do início da manhã e do final da tarde: entre 06h30 às 09h30 e as 17 horas às 20 horas. “A empresa não tem mostrado abertura para a negociação do acordo de empresa”, alega o presidente do Sindicato dos Maquinistas.
Diz António Medeiros que a Metro Transportes do Sul (MTS), concessionária do MST, "apesar de alguns encontros, tem negado a negociação ao sindicato e trabalhadores" sobre subsídios que não estão contemplados no acordo de empresa, como o de transporte e o de escalas, mas que são indispensáveis negociar.
“A empresa não tem sido receptiva e sensível a suportar alguns custos da laboração e está a atribuir aos trabalhadores esses custos, o que é inadmissível nos tempos que correm. Um maquinista recebe no final do mês 620 a 650 euros. São as remunerações mais baixas de todo o sector”, afirma António Medeiros.
Acusações que são refutadas pela MTS. Em em comunicado à Lusa, a empresa assegura que "tem cumprido todos os trâmites a que está legalmente obrigada" no âmbito do processo de negociação do acordo de empresa.
Refere ainda que "as negociações foram interrompidas por iniciativa do sindicato" e explicou que "não só está de acordo com a existência de um subsídio de transporte e de escalas para os trabalhadores, como foi a própria a propor a sua existência".
Os primeiros números da greve apontados pelo sindicato referem uma adesão que ronda os 70 por cento, ao mesmo tempo que contesta a legalidade da forma encontrada pela empresa para contornar os efeitos da greve. É que a empresa, na passada sexta-feira, garantia que cerca de 90 por cento da circulação estaria assegurada.
“A empresa socorre-se de trabalho extraordinário, colocação de trabalhadores em dia de descanso e outros trabalhadores que frequentemente não conduzem os veículos, para combater, até de forma menos legal, os efeitos da greve”, aponta o presidente do sindicato.