Marco Almeida apresenta candidatura à Câmara de Sintra

Marco Almeida anunciou hoje a sua recandidatura como independente à Câmara de Sintra nas eleições de 2017, após ter sido derrotado por uma curta margem nas últimas autárquicas, e desta vez irá contar com "o apoio do PSD".
 
Depois de, em 2013, ter até sido apontado um empate técnico entre Marco Almeida (independente) e Basílio Horta (PS), o socialista acabou por ser eleito presidente da Câmara de Sintra, com mais 1.700 votos.
 
A "confiança" demonstrada com o resultado das últimas eleições motivou uma recandidatura, conforme descreveu hoje o próprio, em conferência de imprensa.
 
"Foi esse o compromisso que assumi na noite eleitoral de 29 de setembro de 2013 perante a esmagadora votação que alcançámos. O nosso projeto foi validado pelos sintrenses", sustentou.
 
Para o próximo ano, Marco Almeida terá o apoio do PSD, que era o seu partido, mas que nas eleições passadas escolheu para Sintra o candidato Pedro Pinto.
 
"Estamos a trilhar um caminho nesse sentido [reconciliação com o PSD]. O movimento tem hoje maior capacidade de juntar várias formações políticas e o PSD é uma delas, mas reforço que o movimento 'Sintrenses com Marco Almeida' é independente", afirmou à agência Lusa.
 
Na apresentação da sua candidatura, Marco Almeida acusou Basílio Horta de não ter sido capaz de apoiar a construção de qualquer equipamento social, municipal ou associativo, de não ter cumprido a promessa de rever o Plano Diretor Municipal (PDM), de tratar os munícipes como "contribuintes e não como beneficiários" e de privilegiar a banca.
 
"Os sintrenses não querem as contas em ordem por terem as contas em ordem. Querem é ordem na vida delas. Ordem na saúde, educação, velhice e transportes. Não querem promessas e propaganda, querem soluções", disse.
 
O candidato independente propõe, por isso, o envolvimento dos cidadãos na democracia direta, um programa de cobrança de impostos menos penalizador para as famílias, a criação de um conselho consultivo para avaliar projetos, definir verbas e propor apoios às instituições municipais.
 
Além disso, propõe transferir responsabilidades municipais para as instituições locais, afirmar e apoiar o turismo como motor de desenvolvimento sustentável e rever o PDM.
 
O programa autárquico da candidatura "Sintrenses com Marco Almeida" será coordenado por Carmona Rodrigues, antigo presidente da Câmara de Lisboa pelo PSD, que mostrou "grande entusiasmo com o desafio".
 
À semelhança de 2013, Marco Almeida voltará a ter o apoio do antigo presidente da vizinha Câmara de Cascais, António Capucho, também ele expulso do PSD.
 
"Quando entendi alinhar e apoiar a candidatura do Marco Almeida em 2013 não esperava um resultado assim, por uma unha negra não ganhou", começou por dizer hoje o ex-autarca.
 
António Capucho considerou ainda "uma loucura" o excedente orçamental apresentado pela Câmara Municipal.
 
"Eu, como antigo presidente de câmara, sei que isso é impensável. Resulta de não ter projetos para aplicar esse dinheiro. Sintra é um deserto de projetos. Não consegue arrancar do Governo, que é da própria cor, projetos importantes e prometidos, como o hospital, por exemplo", acrescentou.
 
António Capucho disponibilizou o seu apoio a Marco Almeida para 2017 para "ele utilizar como bem entender".
 
"Conheço o projeto e creio que, em justiça, a vitória será sua", concluiu.