O Metro de Lisboa empregava 1.381 trabalhadores em 2015, o valor mais baixo desde 1975, apesar de a linha ter mais do que triplicado em extensão e de os passageiros terem aumentado 65% desde então.
Os números são da base de dados estatísticos online Pordata, da Fundação Manuel dos Santos, que hoje, no seu sétimo aniversário, lançou um novo conjunto de informação sobre Portugal, dedicado aos transportes.
Uma das conclusões da Pordata é que o número de passageiros do metro de Lisboa foi em 2015 (142.704) "quatro vezes superior" ao que era em 1967, quando transportava 33.597 passageiros.
"Em contrapartida, o número de funcionários não chegou a duplicar neste período. O número de funcionários, que já foi superior a 2.000 [em 2002], é hoje menor que 1.400, o valor mais baixo observado desde 1975", segundo os números da Pordata.
No entanto, o número de passageiros do metro de Lisboa registou um pico em 2005, quando foram transportados 185.444 utentes, caindo depois até 135.012 passageiros em 2014 e recuperando no ano seguinte.
Já quanto ao transporte ferroviário, os dados da Pordata demonstram que "existem hoje menos 1.000 quilómetros de linhas exploradas do que no início dos anos 1970" e que "quase um terço (30%) das linhas de caminho-de-ferro está desativado. Em 1991 eram apenas 12%".
Em 1970, eram 3.563 os quilómetros de linha ferroviária em exploração, 21 anos depois eram 3.117 quilómetros e em 2015 eram apenas 2.546 quilómetros. Em 1991, tinham sido desativados 429 quilómetros de linha e, em 2015, essa extensão mais do que duplicou, para 1.075 quilómetros de ferrovias desativadas.
Quanto ao transporte rodoviário, a Pordata revela que "se em 1960 a maioria dos acidentes de viação com vítimas eram atropelamentos (53%), hoje a maioria dos acidentes são causados por colisões (52%), seguido dos despistes (30%)".
Em 1960, houve 6.641 atropelamentos, em 2015 esse número desceu para 5.070. Já as colisões mais que quadruplicaram em 55 anos: em 1960 foram 3.584, em 2015 totalizaram 16.494. Por fim, foram registados 42 vezes mais despistes naquele período (subiram de 245 em 1960 para 10.389 em 2015).
No que diz respeito ao transporte marítimo, "a Europa continua a ser o principal destino das exportações de bens por via marítima, apesar de a sua importância ter vindo a diminuir: se até 2007 mais de dois terços das exportações eram para outros países europeus, hoje é de 43,5%. Por sua vez, as exportações para África têm vindo a aumentar, em particular para a Argélia", conclui.
Já quanto ao transporte aéreo, "o aeroporto do Porto foi aquele que teve o maior aumento na circulação de passageiros: em 2015, circularam oito milhões de passageiros, valor 34 vezes superior ao de 1970".
Os dados da Pordata demonstram ainda que, "se nessa altura o aeroporto do Porto apresentava uma quota de 7% do total de tráfego de passageiros, em 2015 representa 20%. Assim, a partir de 2011 o aeroporto do Porto passou a ser o segundo aeroporto com maior circulação de passageiros".
Já Lisboa continua a liderar com 20 milhões de passageiros, havendo hoje dez vezes mais passageiros que em 1970. O aeroporto de Faro teve 336.896 passageiros em 1970 e mais de 6,4 milhões em 2015.