Moradores de Santa Filomena protestam na Câmara da Amadora

Uma mulher, de 30 anos, foi hoje transportada para o hospital Amadora-Sintra depois de ter ficado ligeiramente ferida na cabeça quando se encontrava numa manifestação junto à Câmara Municipal da Amadora, segundo fonte do INEM.

À Lusa, a mesma fonte indicou que a mulher terá sido atingida com “alguma coisa” e que o alerta para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi dado pelas 11:03.

Junto às instalações da autarquia decorre esta manhã uma manifestação dos moradores do bairro de Santa Filomena.

Um comunicado da Plataforma do Direito à Habitação e dos moradores do bairro de Santa Filomena indica que os habitantes se recusam a ser tratados como “lixo” pela autarquia.

“Várias dezenas de nós, moradores e moradoras do bairro de Santa Filomena - Amadora temos estado a receber notificações camarárias informando-nos que as casas onde habitamos vão ser demolidas brevemente”, lê-se no texto.

Caso avancem as demolições, os moradores garantem que vão ser forçados a “viver na rua”.

“A Câmara Municipal da Amadora deu-nos a ‘escolher’ um de dois caminhos: a repatriação para Cabo Verde, ou três meses de renda. Depois, cada um/a que se amanhe. Somos pobres, muitos de nós desempregados/as ou sub empregados/as (quem ainda consegue arranjar trabalho)”, acrescenta o comunicado.

Perante o que chamam de “grave situação”, os moradores solicitaram na segunda-feira uma reunião urgente com o presidente da Câmara Municipal de Amadora.

Na sequência do pedido, moradores e uma representante da plataforma pelo Direito à Habitação foram recebidos pela vereadora com o pelouro de Habitação, Carla Tavares.

“Contudo, esta reunião foi no essencial inconclusiva tendo em conta que as únicas “alternativas”, que não o são, apresentadas foram as acima referidas e que as nossas vidas e a nossa segurança continuam sob clara ameaça”, relata-se no comunicado.

Face a este cenário e porque os “despejos e as demolições podem acontecer a qualquer momento”, os moradores anunciaram para a manhã de hoje a “firme intenção de falar” com o presidente Joaquim Moreira Raposo.

“Queremos ser tratados/as como pessoas. A Habitação é um direito humano e social, não uma esmola nem um negócio”, exigem.