O edifício na Damaia onde no sábado à tarde perdeu a vida um menino de cinco anos, em consequência de um incêndio, ficará apenas com o terceiro andar interditado para obras, disse hoje fonte da Proteção Civil da Amadora.
"As pessoas do terceiro andar terão de esperar pelas obras, mas os moradores do segundo andar para baixo já poderão voltar a residir nas suas habitações", afirmou à agência Lusa o comandante da Proteção Civil municipal da Amadora, Luís Carvalho.
A comissão municipal de vistorias da Proteção Civil da Amadora avaliou hoje de manhã as condições estruturais do edifício afetado por um incêndio na cobertura no sábado à tarde, na Praceta Marquês das Minas, na Damaia.
O sinistro deflagrou pelas 20:15 no último piso do prédio e a moradora, de 41 anos, de naturalidade guineense, saiu de casa a gritar por socorro, deixando para trás o filho, encontrado sem vida numa cama no sótão adaptado para habitação.
O menino de cinco anos foi a única vítima mortal encontrada nos escombros, apesar dos bombeiros terem sido alertados para a possibilidade de ali se encontrarem mais crianças. Um bombeiro e uma moradora foram assistidos a ferimentos ligeiros.
O comandante dos Bombeiros Voluntários da Amadora, Mário Conde, explicou na altura à Lusa que a cobertura do prédio estava completamente tomada pelo fogo e que apenas puderam limitar que as chamas alastrassem aos edifícios vizinhos.
Vítor Rocha, de 74 anos, residente no segundo andar, descreveu que ouviu a vizinha a "gritar por socorro" e que, perante o alvoroço, a sua mulher "ainda foi buscar um balde de água, mas já não serviu de nada" devido ao fumo provocado pelas chamas.
Nos cinco pisos do prédio residem duas dezenas de pessoas que tiveram de esperar pela vistoria hoje realizada para voltarem à sua casa.
A maioria ficou temporariamente alojada junto de familiares e os serviços da Segurança Social asseguraram o realojamento de cinco pessoas do terceiro andar, adiantou Luís Carvalho.
A mulher do apartamento onde deflagrou o incêndio foi interrogada na esquadra da PSP da Damaia e elementos da Polícia Judiciária deslocaram-se ao local ainda na madrugada de domingo, mas até ao fim da manhã de hoje não foram reveladas as causas que estiveram na origem do sinistro.