A Comissão Política do Movimento Oeiras Vive (MOV) decidiu extinguir o grupo independente, depois de o seu candidato à Câmara local, Paulo Freitas do Amaral, ter assumido que vai contar com o apoio do CDS-PP.
Pedro Fidalgo Marques, da Comissão Política do MOV, disse hoje à agência Lusa que a decisão [de extinção] resultou de uma reunião extraordinária na segunda-feira à noite, convocada para decidir o futuro do MOV depois de o seu candidato ter aceitado o apoio de um partido político.
"Sentimos que traiu a nossa confiança ao aceitar apoio de um partido numa candidatura que era supostamente apartidária e dos cidadãos", afirmou o responsável, sublinhando que o grupo de cidadãos está a ponderar criar outro movimento cívico.
Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo, Paulo Freitas do Amaral, confirmou ter aceitado o apoio do CDS-PP à sua candidatura nas autárquicas, mas continua a afirmar-se como independente e que a contestação gerada no MOV "não tem qualquer credibilidade".
Paulo Freitas do Amaral foi o primeiro a apresentar-se como candidato à Câmara de Oeiras nas eleições autárquicas deste ano, em setembro de 2011.
Na ocasião disse estar "nas mãos da sociedade civil" e pretender, com o movimento independente, "romper com os vícios das instituições políticas".
Hoje, Paulo Freitas do Amaral disse à agência Lusa ter recebido um convite do coordenador autárquico do CDS-PP para que tivesse o apoio do partido, o qual não quis recusar.
"Se houve abertura do CDS para apoiar um movimento de cidadania, eu acho muito positivo para a democracia. O CDS está a dar uma lição de cidadania e abertura partidária", afirmou.
Eleito como presidente da Junta de Freguesia da Cruz Quebrada pelo PS, partido do qual se desvinculou em 2011 para ser independente, Paulo Freitas do Amaral diz não temer as críticas.
"O que me interesse é Oeiras e os oeirenses. Sou candidato do MOV, independente, mas com apoio do CDS", afirmou.